O Consórcio Nordeste, que reúne os nove Estados da região, está organizando o enfrentamento à pandemia com ações em múltiplas áreas: saúde, ciência, logística, comunicação, indústria e ações sociais. É o que relata ao TUTAMÉIA o cientista Miguel Nicolelis (acompanhe no vídeo acima e inscreva-se no TUTAMÉIA TV). Junto com o ex-ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia, governo Lula), Nicolelis coordena o Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Consórcio, reunindo informações, criando conhecimento e sugerindo políticas para os governadores.
O grupo acaba de colocar no ar o seu site (https://www.comitecientifico-ne.com.br/) e um aplicativo para monitorar a população dos Estados, ajudando a identificar a evolução da doença e dando orientações sobre como proceder na pandemia. Como há subnotificação de casos e falta de testes para serem aplicados, o aplicativo “Monitora Covid 19”, já disponível gratuitamente pode orientar as cidadãos e os agentes públicos. De casa, a pessoa preenche um pequeno questionário dizendo se sente tosse, se tem febre etc. “Com esses dados poderemos ter um mapa dinâmico em tempo real. Na Bahia e no Piauí, de início, será possível direcionar a pessoa para centro de saúde mais próximo, por exemplo”, diz Nicolelis.
O Comitê Científico criou também uma plataforma digital para colaboração online cientistas do Brasil e do mundo. “É o maior instituto de pesquisa virtual que o Brasil já criou. Chama-se Projeto Mandacaru, em homenagem a Luiz Gonzaga. O mandacaru é o cactus emblemático do Nordeste. Já vi chover e, em dez minutos, o mandacaru florescer”, conta Nicolelis. Cientistas colaboradores interessados no projeto podem escrever para nicolelis@isd.org.br.
Nesta entrevista ao TUTAMÉIA, Nicolelis fala da pandemia pelo mundo, das experiências que tiveram melhores resultados (como a da Alemanha), da necessidade imperiosa de manutenção do isolamento social e das mentiras sobre medicamentos no combate à crise de saúde pública.
“A batalha da comunicação é a primeira grande batalha nessa pandemia. Estamos sendo inundados com falsas informações, fake news. Há coisas absurdas, como a prescrição de drogas que não têm efeito nenhum”, afirma.