Com a pandemia, as violações de direitos humanos são agora mais perversas. A avaliação é da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) em entrevista ao TUTAMÉIA (acompanhe no vídeo acima e inscreva-se no TUTAMÉIA TV). Ela critica a ausência de políticas públicas contra a violência doméstica e afirma: “Desde a Lei Maria da Penha, deter a violência doméstica é uma responsabilidade pública”. Rosário advoga a necessidade de implantação de medidas de apoio a mulheres, crianças e idosos. Nesse momento, como já acontece em outros lugares do mundo, as pessoas em risco deveriam ser abrigadas pelo Estado em hotéis, por exemplo, defende.
A deputada descreve como o governo age para desproteger os mais pobres, mesmo com a aprovação de medidas de apoio pelo Congresso. Fala do desmonte de programas sociais, dos cortes no orçamento, das mudanças na legislação trabalhista que fragilizaram especialmente os mais pobres, deixando a população ainda mais vulnerável nesse momento crítico para o país. “Muitos brasileiros estão sendo deixados à morte”, declara.
“Guedes trata o servidor como parasita e a população como descartável. Nessa hora a população depende do servidor público. Quando se trata de uma área de saúde, o saneamento continua na pauta do governo a privatização. Os cortes que ocorreram antes, no início do governo, comprometem o que pode ser feito hoje. A PEC do Teto continua vigorando; as medidas de emergência ainda não foram colocadas em prática”, afirma.
Rosário condena o projeto da carteira verde amarela, encaminhado pelo governo, que, segundo ela, vai prejudicar ainda mais os trabalhadores. Na opinião da deputada, as políticas neoliberais do governo estão provocando o aumento da já enorme concentração de renda no país, que só vai se aprofundar durante a pandemia. Na visão oficial, enfatiza, a prioridade é atender aos mais ricos, aos bancos, em detrimento dos que mais precisam. “Eu acredito mesmo que para alguns setores, é triste referir, é uma certa eugenia contra a população de rua, contra a população que vive nos abrigos. Isso é uma grave violação dos direitos”, observa.
Apesar disso, a deputada nota que “a sociedade está fazendo inúmeras iniciativas de solidariedade. CNBB, MST, CUT, os movimentos, os partidos políticos, as associações, as pessoas estão fazendo o máximo, estão fazendo coisas lindas. É impressionante como os pobres conseguem ser solidários, e como os ricos deste país conseguem ser indiferentes, como se fosse possível viver numa redoma. Mas não é”.
Nesta entrevista ao TUTAMÉIA, Rosário fala de sua rotina na quarentena e das tarefas da oposição. “Temos de acelerar o enfrentamento a Bolsonaro. Não se pode abrir espaço, janela de oportunidade para a extrema direita”.