“Eu vim aqui para falar que, junto com a questão climática, nós temos que colocar a questão da desigualdade mundial. Não é possível que numa reunião entre presidentes de países importantes, a palavra desigualdade não apareça. A desigualdade salarial, a desigualdade de raça, a desigualdade de gênero, a desigualdade na educação, a desigualdade na saúde.”

Palavras do presidente Lula durante a Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, na França. Em discurso nesta sexta-feira, o líder brasileiro colocou a nu a hipocrisia dos países ricos e chamou todo mundo na chincha, como a gente diz no Rio Grande do Sul.

“Nós precisamos tratar dos acordos internacionais, dos acordos comerciais. Os acordos comerciais têm de ser mais justos. Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia. Mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela União Europeia não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo uma ameaça a um parceiro estratégico”, disse o presidente (clique no vídeo do alto da página para acompanhar o discurso).

E mais: “Nós somos um mundo cada vez mais desigual, e cada vez mais a riqueza está concentrada na mão de menos gente, e a pobreza concentrada na mão de mais gente. Se nós não discutirmos essa questão da desigualdade, e se a gente não colocar isso com tanta prioridade quanto a questão climática, a gente pode ter um clima muito bom e o povo continuar morrendo de fome em vários países do mundo”.

Lula também mostra na sua fala o sofrimento do povo brasileiro e o dele mesmo, ao ver a fome e a miséria voltarem por causa da ação criminoso do governo fascista de Bolsonaro –tema da fala de hoje do historiador Manuel Domingos Neto no programa Redemoinho, do TUTAMÉIA (clique no vídeo a seguir para acompanhar a avaliação do videocolunista e se inscreva no TUTAMÉIA TV).

Leia a seguir a transcrição da íntegra do pronunciamento presidencial na Cúpula de Paris, feito no dia seguinte ao de outra manifestação épica de Lula, no Campo de Marte, aos pés da torre Eiffel, falando a dezenas de milhares de jovens no evento Power Our Planet (clique no vídeo a seguir para ver a participação de Lula).

“TEM GENTE QUE SE ASSUSTA QUANDO EU FALO QUE É PRECISO CRIAR NOVAS MOEDAS PARA A GENTE FAZER COMÉRCIO. EU NÃO SEI POR QUE BRASIL E ARGENTINA TÊM DE FAZER COMÉRCIO EM DÓLAR. POR QUE QUE A GENTE NÃO PODE FAZER NAS NOSSAS MOEDAS. NÃO SEI POR QUE BRASIL E CHINA NÃO PODEM FAZER NAS NOSSAS MOEDAS. POR QUE EU TENHO QUE COMPRAR DÓLAR? ENTÃO ESSA É UMA DISCUSSÃO QUE ESTÁ NA MINHA PAUTA E, SE DEPENDER DE MIM, ELA VAI ACONTECER NA REUNIÃO DOS BRICS, QUE SERÁ EM SETEMBRO. E VAI ACONTECER TAMBÉM NA REUNIÃO DO G-20, PORQUE NÓS VAMOS PRECISAR COLOCAR MAIS COMPANHEIROS AFRICANOS PARA PARTICIPAR DO G-20. COMO VOCÊS ESTÃO FAZENDO NO G-7”.

Bem, primeiro eu queria cumprimentar o presidente Emmanuel Macron, presidente da República Francesa, em nome de quem cumprimento os chefes de Estado e de Governo participantes desse diálogo de alto nível.

Quero cumprimentar minha companheira, ex-presidenta do Brasil e atualmente presidenta do novo banco de desenvolvimento dos Brics, por intermédio de quem cumprimento todos os representantes de bancos de desenvolvimento e demais instituições financeiras presentes.

Portanto, companheira Dilma Rousseff, prazer ter a sua presença aqui.

Eu queria dizer a você, meu caro Macron, que desde ontem à noite eu tenho mudado o meu discurso.

Eu passei a semana na Itália preparando um discurso, mas já mudei o discurso umas dez vezes e não vou ler meu discurso.

Eu queria começar fazendo um aviso importante.

Em 2025 nós vamos realizar a COP-30 num país amazônico.

Eu espero que todas as pessoas que prezam tanto a Amazônia, que admiram tanto a Amazônia, que dizem que a Amazônia é o pulmão do mundo, espero que essas pessoas participem da COP-25, no estado do Pará, para que tenham noção do que é realmente a Amazônia. Porque muita gente fala, mas pouca gente conhece.

E é importante que as pessoas falem conhecendo.

A Amazônia no Brasil, ela representa nada mais, nada menos, que 5 milhões de quilômetros quadrados. E, além dos 5 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia no Brasil, nós temos a Amazônia equatoriana, a Amazônia colombiana, a Amazônia peruana, a Amazônia boliviana, a Amazônia venezuelana, a Amazônia da Guiana, a Amazônia do Suriname e a Amazônia francesa, da Guiana Francesa.

E nós vamos fazer, no dia 12 de agosto, um grande encontro, no estado do Pará, com todos os presidentes da América do Sul que compõem toda a região da Amazônia, para que a gente possa formar uma proposta para levar para a COP-28, nos Emirados Árabes.

Certamente nós vamos querer conversar com o Congo, certamente nós vamos conversar com a Indonésia, porque nós queremos compartilhar uma proposta única entre os países que ainda mantêm grandes florestas em pé.

Nós queremos fazer disso um patrimônio não apenas de preservação ambiental, mas um patrimônio econômico, para ajudar os povos que moram na floresta. Nessa floresta brasileira nós temos 400 povos indígenas. E desses 400 povos indígenas, nós temos 300 idiomas. E nessa mesma região, nós enfrentamos muitas adversidades. Nós enfrentamos o garimpo, nós enfrentamos o crime organizado. E nós enfrentamos muitas vezes pessoas de má-fé querendo tentar fazer com que nessa floresta se plante soja, se plante milho, se crie gado, quando na verdade não é necessário fazer isso.

Os empresários responsáveis sabem que isso é errado e sabem que isso vai causar um problema muito sério aos produtos que eles têm que vender para outros países. Essa é a primeira coisa que queria dizer para vocês.

O Brasil é um país que tem uma matriz energética, possivelmente, das mais limpas do mundo. No campo do setor de energia elétrica, 87% da energia brasileira é renovável, contra 27% do restante do mundo. Em se tratando de todo o conjunto da energia, 50% da energia brasileira é renovável, enquanto o resto do mundo só tem 15% de energia renovável. Isso significa que nós estamos caminhando para cumprir a nossa famosa proposta de campanha, que é chegar ao desmatamento zero em 2030.

E nós não temos apenas a Amazônia para cuidar. Nós temos o bioma do cerrado, nós temos o bioma da caatinga, nós temos o bioma do Pantanal, nós temos o bioma da Mata Atlântica. São cinco grandes biomas que temos que cuidar, porque todos eles são vítimas de ataques todos os anos. Ora por fogo, ora por excesso de chuva e ora por gente predadora que quer plantar o que não se deve plantar lá.

Eu não vim aqui para falar somente da Amazônia. Eu vim aqui para falar que, junto com a questão climática, nós temos que colocar a questão da desigualdade mundial. Não é possível que numa reunião entre presidentes de países importantes, a palavra desigualdade não apareça. A desigualdade salarial, a desigualdade de raça, a desigualdade de gênero, a desigualdade na educação, a desigualdade na saúde.

Ou seja, nós somos um mundo cada vez mais desigual, e cada vez mais a riqueza está concentrada na mão de menos gente, e a pobreza concentrada na mão de mais gente. Se nós não discutirmos essa questão da desigualdade, e se a gente não colocar isso com tanta prioridade quanto a questão climática, a gente pode ter um clima muito bom e o povo continuar morrendo de fome em vários países do mundo.

Não é só na África não, é na América Latina, é no Brasil. Quando fui presidente da República do Brasil de 2003 a 2010, e a presidenta Dilma de 2010 a 2016, a ONU reconheceu que o Brasil tinha saído do Mapa da Fome. Naquela época, a gente tinha feito com que 36 milhões de pessoas saíssem da miséria absoluta e 40 milhões de pessoas atendessem a um poder de compra de classe média.

Treze anos depois eu volto à Presidência da República do Brasil e outra vez, 33 milhões de pessoas estão passando fome. Quando deixamos a Presidência, o Brasil era a sexta economia do mundo. Hoje o Brasil é a décima segunda economia do mundo. Ou seja, o país andou para trás, como muitos outros países andaram para trás. Depende do governo que é eleito, depende do governo que tenha preocupação com a questão social.

Fotos Ricardo Stuckert

E nós aqui precisamos ter claro o seguinte. Aquilo que foi criado depois da Segunda Guerra Mundial, as instituições de Bretton Woods não funcionam mais, e não atendem mais às aspirações e nem aos interesses da sociedade. Vamos ter claro que o Banco Mundial deixa muito a desejar naquilo que o mundo aspira do Banco Mundial. Vamos deixar claro que o FMI deixa muito a desejar naquilo que as pessoas esperam do FMI.

Muitas vezes os bancos emprestam dinheiro e o dinheiro emprestado é o resultado da falência do Estado. É o que estamos vendo na Argentina hoje. A Argentina, da forma mais irresponsável do mundo, o FMI emprestou 44 bilhões de dólares para um senhor que era presidente, não se sabe o que ele fez com o dinheiro, e a Argentina hoje está passando uma situação econômica muito difícil, porque não tem dólares nem para pagar o FMI.

Então, é importante que a gente tenha noção de que a gente não pode continuar com as instituições funcionando de maneira equivocada. Mesmo o Conselho Nacional de Segurança da ONU. Os membros permanentes não representam mais a realidade política de 2023. Se representava em 1945, em 2023 é preciso mudar. A ONU precisa voltar a ter representatividade. A ter força política. A ONU foi capaz de criar o Estado de Israel em 1948 e não é capaz de resolver o problema da ocupação do Estado Palestino.

Então, se nós não mudarmos essas instituições, a questão climática vira uma brincadeira. E por que vira uma brincadeira? Quem é que vai cumprir as decisões emanadas dos fóruns que nós fazemos? É o Estado Nacional? Vamos ser francos: quem é que cumpriu o Protocolo de Quioto? Quem é que cumpriu as decisões da COP-15, em Copenhague? Quem é que cumpriu o Acordo de Paris? Ou seja, e não se cumpre porque não tem uma governança mundial com força para decidir as coisas e a gente cumprir.

Se cada um de nós sair de uma COP e voltar para aprovar as coisas dentro do nosso Estado Nacional, nós não iremos aprovar. Então é preciso ter clareza que se nós não mudarmos as instituições, o mundo vai continuar o mesmo. Quem é rico vai continuar rico, quem é pobre vai continuar pobre. É assim. E falo isso com pesar.

Porque tenho uma experiência riquíssima de como é fácil a gente governar para os pobres. Eu sempre disse que os pobres nunca foram problema. O pobre sempre será solução quando você coloca o pobre dentro do orçamento do país. Mas se você esquece o pobre, e você coloca todos os outros no orçamento, nunca vai sobrar dinheiro para cuidar das pessoas mais miseráveis, porque elas não têm sindicato, elas não têm partido, elas não fazem passeata, não fazem movimento, e moram longe da sede do governo, moram muitas vezes na periferia. Então essa gente sempre estará abandonada. E a desigualdade só tem aumentado.

Faz pelo menos 20 anos que ouço a FAO falar que nós temos 900 milhões de seres humanos que vão dormir todos os dias com fome. Como nós vamos resolver isso se nós não discutirmos isso? Como é que a gente vai resolver esse problema da desigualdade se a gente não discute a desigualdade?

Eu sou daqueles, Macron, que aprendi que muitas vezes a classe política do mundo só valoriza o pobre em época de eleição. Em época de eleição, o pobre é o patrimônio mais importante de um país. Depois das eleições, o pobre é esquecido e a vida segue.

Então é importante, e quero te dar os parabéns por esse encontro aqui. Eu, por exemplo, conheci um plano feito pela União Africana, chamado FIDA. Era um plano que previa investimento de 360 bilhões de dólares para investimento em infraestrutura em todo o continente africano. Se o mundo desenvolvido resolvesse financiar empresas para construir as necessidades de infraestrutura daquele plano, a África já teria dado um salto de qualidade na infraestrutura.

Ontem nós ouvimos o presidente do Congo falar do Rio Congo. Pelo que sei, o Rio Congo daria para fazer pelo menos três Itaipus, a nossa maior hidrelétrica, mas não tem nenhuma, porque não tem dinheiro e porque não tem financiamento.

E nós precisamos parar de, a nível internacional, de fazer proselitismo com recurso. ‘Ah, eu vou ajudar essa coisinha aqui, eu vou ajudar essa coisinha ali’, quando na verdade nós precisamos dar um salto de qualidade. E fazer investimento em coisas estruturantes, que mudam a vida dos países. É por isso que estou otimista com a criação do Banco dos Brics. É por isso que estou otimista com a possibilidade de criar o Banco do Sul. É por isso que estou otimista de a gente discutir moeda de comércio. Por que que se acabou com a Organização Mundial do Comércio?

Vamos ver se todo mundo aqui se lembra como é que acabou a Organização Mundial do Comércio: tinha eleição nos Estados Unidos em 2009. E por isso o presidente Bush se afastou da OMC e o acordo que estava quase para ser feito não foi feito e nunca mais os Estados Unidos voltaram para a OMC. Eu imaginei que o Obama iria voltar assim que tomasse posse. Não voltou e a OMC hoje faz muito pouco.

É por isso que temos a volta do protecionismo. Quem é que não se lembra da discussão do G-20 em Londres, quando a gente discutia para evitar o protecionismo, quando a gente discutia que os países ricos teriam de fazer investimento nos países em desenvolvimento e nos países pobres? O que aconteceu? Os países ricos voltaram a fazer protecionismo. E estamos vendo a pobreza crescer em todos os continentes.

Eu vou dar um exemplo do meu país: eu tinha muito orgulho de ter saído do Mapa da Fome com a presidenta Dilma em 2012. E tenho muita tristeza que voltei à Presidência da República agora, o meu país estava pior do ponto de vista democrático porque tinha um fascista governando o país. Estava pior do ponto de vista educacional porque não tinha dinheiro investido nas universidades. Estava pior do ponto de vista social porque não tinha política social. Estava pior do ponto de vista econômico.

E nós agora temos que fazer tudo o que já tínhamos feito. Tudo. Tudo o que nós fizemos entre 2003 e 2016, nós vamos ter de refazer tudo para o país voltar a crescer. A única coisa que eu quero dizer para vocês nessa reunião é que a questão climática não é uma coisa secundária. E por isso o Brasil vai levar a cabo o controle do desmatamento.

Por isso, vamos colocar isso como questão de honra, de até 2030 acabar com o desmatamento na Amazônia. O Brasil tem 30 milhões de hectares de terras degradadas, não precisa cortar uma árvore para plantar um pé de soja, um pé de milho ou criar gado. É só recuperar as terras degradadas.

E aí nós precisamos tratar dos acordos internacionais, dos acordos comerciais. Os acordos comerciais têm de ser mais justos. Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia. Mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela União Europeia não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo uma ameaça a um parceiro estratégico. Como a gente vai resolver isso?

Eu, se pudesse, ia pegar o chanceler alemão, ia levá-lo para ser ministro de Minas e Energia no meu país, para ele poder transformar todos os nossos minérios em produtos para exportar produtos acabados, e não apenas minério. Foi a melhor coisa que eu ouvi aqui ontem no jantar e hoje aqui nessa reunião. Porque é verdade. É verdade. Nós somos exportadores de matéria-prima e não ficamos com o resultado daquilo que nós produzimos.

Em muitos lugares do mundo as empresas que retiram minérios sequer reflorestam a floresta. Deixam o buraco e vão embora. Então, eu quero dizer para vocês que eu voltei, depois de 13 anos à Presidência da República. Todo mundo sabe que eu tenho 77 anos de idade. Mas a minha vontade de fazer as coisas é como se eu tivesse 30 anos de idade. E vou entregar, meu caro Olaf Scholz, vou entregar em 2030, vou convidar vocês para ir à Amazônia, sabe, com desmatamento zero. E outra vez vamos acabar com a fome.

A Dilma sabe o que nós fizemos para acabar com a fome. Ela agora é presidenta do Banco dos Brics. Ela agora pode preparar lá a caneta para assinar uns empréstimos para o Brasil e para outros países mais pobres porque nós vamos fazer a diferença.

E tem gente que se assusta quando eu falo que é preciso criar novas moedas para a gente fazer comércio. Eu não sei por que Brasil e Argentina têm de fazer comércio em dólar. Por que que a gente não pode fazer nas nossas moedas. Não sei por que Brasil e China não podem fazer nas nossas moedas. Por que eu tenho que comprar dólar? Então essa é uma discussão que está na minha pauta e, se depender de mim, ela vai acontecer na reunião dos Brics, que será em setembro. E vai acontecer também na reunião do G-20, porque nós vamos precisar colocar mais companheiros africanos para participar do G-20. Como vocês estão fazendo no G-7.

Ou seja, esses fóruns não podem ser um grupo de luxo. A elite política. Não. Nós temos que chamar os desiguais, os diferentes, para que a gente possa atender a pluralidade dos problemas que o mundo tem. Todos nós, todos nós, temos como parâmetro o que aconteceu na União Europeia. Você sabe, Macron, que eu acho que a construção da União Europeia, foi um patrimônio democrático da humanidade.

Depois de duas guerras mundiais, vocês conseguirem construir a União Europeia, conseguirem fazer um parlamento, conseguirem viver com divergência, mas discutindo as coisas democraticamente, é uma coisa que eu quero para a América do Sul. É uma coisa que eu acho que nós precisamos. A União Africana está muito mais organizada do que nós, na América Latina. Muito mais organizada. E nós queremos criar novos blocos para negociar com a União Europeia.

E aí me desculpem Banco Mundial e FMI, mas nós precisamos rever o funcionamento. É preciso ter mais dinheiro, é preciso ter novas direções, mais gente participando da direção, porque não pode ser apenas os mesmos de 1945, 1946, 1947 e 1948.

Então, querido companheiro Macron, obrigado por essa reunião, e se prepare porque eu estou com mais vontade de brigar nesses próximos três anos que vou presidir o Brasil.

Obrigado, e boa sorte.

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NOTA DA REDAÇÃO: Nesse périplo pela Europa, Lula já se encontrou com o Papa Francisco, com a primeira-ministra da Itália, com o presidente cubano e dirigentes de outros países, além de conversar algumas vezes com a imprensa internacional e correspondentes brasileiros no exterior. Um desses encontros, talvez o mais bacana, encerrado como uma emocionada fala de Lula sobre Assange e a luta pela liberdade de imprensa, ocorreu na Itália. A gente apresenta a seguir o vídeo com a íntegra da entrevista coletiva.