“Não é possível que o Brasil se afunde em tanto ódio, tanto rancor”. O desabafo é de Kelli Mafort, líder do MST em Valinhos (São Paulo).

Ao TUTAMÉIA, ela fala sobre o assassinato de Luiz Ferreira da Costa, 72, na quinta-feira 18 de julho, na Estrada Jequitibá. Junto com integrantes do Acampamento Marielle Vive, ele participava de uma manifestação pública por um direito elementar: a água. Foi atropelado por Leo Luiz Ribeiro, um comerciante apoiador de Bolsonaro de 60 anos, que acelerou sua picape L200 em cima dos manifestantes. Ele confessou o crime.

Pedreiro, o pernambucano Costa (foto acima/Arquivo Pessoal) estava no acampamento desde o seu início, abril do ano passado. Trabalhava em melhorias do lugar, onde vivem mil famílias. Pai de seis filhos, estava concluindo o curso de alfabetização.

Na entrevista,  a dirigente do MST fala da trajetória do militante, do contexto de desigualdade da região e da luta do movimento.

Para Kelli, 43, o assassinato de Costa “é uma lição para todo o país. O assassino não é um poderoso. É uma pessoa que aceitou o discurso de ódio propagado por autoridades de maneira irresponsável”. Agora, diz, “a indignação precisa se transformar em luta”.

Acompanhe no vídeo acima a entrevista completa.