Texto de EDSON CARNEIRO, ÍNDIO

Secretário-geral da Intersindical e integrante da Direção Nacional do PSOL

As eleições regionais na Venezuela neste dia 21 ocorreram em clima de tranquilidade e reforçaram o peso social e político da chamada revolução bolivariana.

Mais de 8 milhões de pessoas foram às urnas consagrando vitória ao partido de Maduro, o PSUV. No país, o voto é facultativo. O comparecimento, cerca de 42%, foi bastante superior ao registrado nas  eleições passadas, quando a oposição boicotou a consulta popular.

Horas após o fechamento das urnas eletrônicas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) divulgou os resultados da disputa para o governo de 23 estados, 323 prefeituras e para os parlamentos regionais e municipais.

A oposição de direita conquistou o governo do estado de Zulia, que tem grande importância por ser o mais populoso do país, por suas riquezas petrolíferas e sua localização fronteiriça com a Colômbia. A direita ganhou também o estado de Cojedes, além de manter o controle sobre o governo da província de Nova Esparta.

Afora esses estados, a população venezuelana foi às urnas, majoritariamente, para dar vitória ao partido do presidente Nicolas Maduro na maioria dos estados e municípios.

O importante estado de Miranda, governado até então pela direita, votou para eleger o chavista Hector Rodrigues, do PSUV, jovem liderança do partido governista. Também a prefeitura da capital Caracas passa a ser governada pelo chavismo, com a eleição de Carmem Melendez, eleita com 58,1% dos votos.

A vitória do Grande Polo Patriótico, coalizão liderada pelo PSUV, em 20 entre 23 estados, além da capital do país, reforça o governo de Maduro e o processo bolivariano de mudanças no país, que desde a vitória de Chaves em 1999 venceu 27 das 29 eleições realizadas neste país que segue aprofundando seu processo de mudanças, mesmo sob o criminoso bloqueio econômico norte-americano e toda sorte de sabotagens e tentativas de desestabilização.

Como Acompanhante Internacional das eleições, pude verificar um clima de normalidade durante todo o processo de votações. E, ao longo da semana em que estou aqui, o que vi nada lembra o cenário traçado pela grande mídia brasileira.

Apesar da crise econômica que castiga o povo, na cidade de Caracas e região onde estou, o que tenho visto lembra o clima de qualquer grande cidade, com muito movimento de carros, muita gente nos terminais de ônibus, nos centros comerciais, nos locais de lazer. E quase não se vê pessoas sem máscara, neste país que enfrentou as dificuldades do bloqueio econômico até para garantir a vacinação de seu povo contra a Covid, cuja cobertura vacinal já ultrapassa os 75% da população.

A resiliência do povo venezuelano, de seu governo e instituições não deixa dúvidas da necessidade da solidariedade popular internacional para colocar abaixo o bloqueio econômico e todas as formas de sabotagens que o Departamento de Estado norte-americano patrocina para impedir a soberania e autodeterminação da Venezuela de Bolivar e Chaves.