Candidato ao senado por São Paulo –virtualmente eleito, segundo todas as pesquisas–, Eduardo Suplicy aponta, em entrevista ao TUTAMÉIA, as enormes responsabilidades que recaem sobre o próximo Congresso, que terá a missão de recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento depois da série de medidas regressivas adotadas, com o avala dos congressitas, pelo governo Temer.

“Precisamos revogar muitos dos itens da reforma trabalhista, que foi feita sem o devido diálogo com as entidades sindicais. Houve muita atenção aos empresários e aos representantes do setor financeiro, mas não houve a devida atenção e diálogo com as centrais sindicais, com os sindicatos de trabalhadores da cidade e do campo”, disse Suplicy, reafirmando: “É preciso revogar e modificar inteiramente isso”.

Na entrevista, o hoje vereador da capital paulista pelo PT relembrou um pouco de sua carreira parlamentar, iniciada nos idos de 1978. Recordou também seu primeiro encontro com Lula, em agosto de 1976, quando o então líder sindical foi assistir a uma palestra de Suplicy na Fundação Santo André, iniciando assim uma amizade que já dura mais de quarenta anos.

Falou bastante sobre seu projeto de vida, de combate às desigualdades sociais e defesa intransigente da necessidade da implementação da renda básica de cidadania.

Na entrevista (a que você assiste na íntegra clicando no vídeo acima), Suplicy deixou uma de suas marcas registradas, interpretando com emoção “Blowing in The Wind”, de Bob Dylan.

 

E apontou algumas das responsabilidades que os integrantes da próxima legislatura terão pela frente. Além da necessidade de revogar a reforma trabalhista, condenou a PEC da Morte, que congela os gastos públicos nas áreas sociais, mas libera a sangria dos juros:

“Nós, senadores que agora seremos eleitos, assim como os deputados federais, teremos enorme responsabilidade para modificar essa PEC que congelou os gastos sociais em educação e saúde por 20 anos. É preciso ter responsabilidade em não incidir em déficit fiscal, mas precisamos ter a possibilidade de escolher quais aqueles gastos que precisam ser aumentados, quais aqueles que podem ser substituídos, e fazê-lo com razoável liberdade de ação. Essa PEC é uma para engessar tanto a flexibilidade do Executivo em tomar iniciativas quanto do próprio Congresso Nacional. Em contrapartida, para o pagamento de juros está completamente livre.”

Lembrou ainda que Temer, mesmo tendo visto até mesmo seus apoiadores desistirem da Reforma da Previdência, pode tentar aprovar o projeto depois das eleições. E previu: “Isso é algo que muito provavelmente ficará pendente, e nós teremos, os novos senadores e deputados federais vamos ter a responsabilidade de fazer um desenho melhor, com diálogo com os trabalhadores, e não só com os setores empresariais”.