“Para a elite brasileira, Bolsonaro é um capitãozinho brega. Eles estão usando o Bolsonaro para acabar com o direito do trabalhador e com a condição de país soberano. Se Bolsonaro não consegue entregar a encomenda feita na campanha, eles derrubam o Bolsonaro. Uma boa parte dos empresários já desembarcou do Bolsonaro”.
Essa é a avaliação do ex-senador Roberto Requião em entrevista ao TUTAMÉIA (acompanhe no vídeo acima). Para ele, o discurso nacionalista de Bolsonaro “é uma farsa”. Ao contrário, o presidente é um entreguista que segue os interesses dos EUA.
“Que nacionalismo é esse? Que nacionalismo massacra o trabalhador brasileiro? Que nacionalismo vende o petróleo indispensável para o desenvolvimento? Que nacionalismo quer vender as reservas de água, como o Aquífero Guarani? Que nacionalismo precariza o trabalho, que se transforma num trabalho semi-escravizado? Que nacionalismo quer acabar com a previdência social? Patriotismo e nacionalismo é não deixar vender a Petrobras, não entregar a água, é o Brasil sustentar a posição de pais desenvolvido, soberano e de um povo garantido com direitos sociais. O nacionalismo deles, não é nacionalismo, é uma farsa”, afirma.
Governador do Paraná por três vezes, Requião declara:
“A soberania nacional está sendo liquidada. Querem liquidar com todas as estruturas públicas no Brasil e interromper o nosso processo civilizatório”.


Na análise de Requião, 78, o que existe atualmente é “uma selvageria na política econômica, estupidez e insanidade” e o país entrará em recessão. Ele acrescenta:
“Isso não vai tirar o Brasil da crise. A reforma da previdência só vai piorar a situação do Brasil, só vai piorar a recessão. Esse governo não tem saída. A saída desse governo é a saída deles do poder. Não vejo outra maneira de o pais retomar o vezo do crescimento. Esse governo não subsiste por muito tempo. Bolsonaro já caiu. Não governa mais. Está na mão dos picaretas do Congresso e dos picaretas de seu próprio governo”.
Na entrevista, Requião trata das eleições, da avalanche de fake news, das irregularidades do processo contra Lula e afirma que o país está sendo alvo de uma guerra híbrida. Fala que, apesar de todas as dificuldades, há resistência. Ressaltou a mobilização dos estudantes e defendeu a formulação de um projeto nacional:
“É preciso um projeto que mobilize a sociedade, para a gente se livrar dessa loucura que quer impedir a continuidade do processo civilizatório da nossa pátria, da nossa nação. Não é com uma bandeira paga por um grupo empresarial malandro e sonegador que você mostra que é nacionalista. O nacionalismo se suporta no amor, na fraternidade e na solidariedade.”