“Na Ucrânia, em solo, no terreno, a Rússia ganhou a guerra. Na mídia, a Rússia perdeu a guerra. Nesse momento, nós temos avaliações de que o Lula ganha as eleições, mas em combate, no solo, nós não temos nenhuma garantia de que isso vai acontecer. Não ir para o combate, de forma imediata, travar essa luta, esperar nas trincheiras, é um erro de proporções históricas. Não estamos travando uma luta para eleger um presidente. Não se trata sequer de aprovar nas urnas um programa de governo. O momento que nós vivemos é um momento histórico de combate ao fascismo. Um segundo mandato de Jair Bolsonaro seria a destruição da República no Brasil. A destruição das instituições democráticas no Brasil. Se trava, neste momento, uma batalha pelas instituições democráticas no Brasil. Não entender isso, e não ir de imediato para as trincheiras educar a opinião pública neste momento é um erro fundamental”.

A avaliação é do historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ao TUTAMÉIA (acompanhe a conversa no vídeo e se inscreva no TUTAMÉIA TV).

O historiador lembra do processo fascista na Itália dos anos 1920 e afirma:

“Mussolini assumiu o poder na Itália em 1922. Não se instalou o fascismo na Itália em 22. Ele foi comendo lentamente as instituições italianas, foi derrotando os seus inimigos. Manteve um programa liberal econômico, manteve instituições do regime parlamentar monárquico. E só em 1926, quando ele estava seguro das instituições, ele então implanta as chamadas leis fascistíssimas, que estabelecem a ditadura na Itália. O fascismo não nasce pronto. Ele vai aos poucos corroendo as instituições do Estado. Um segundo mandato de Jair Bolsonaro será fatal para as instituições democráticas brasileiras”.