“O Bolsonaro tem mais de 160 pedidos de impeachment e nenhum foi votado. Por quê? Porque a comissão de orçamento da Câmara criou um orçamento paralelo e com uma quantia dessa ninguém vai votar impeachment. Só quem vai poder votar impeachment é o povo brasileiro dizendo: ‘Chega! Este país merece gente melhor’.”
Assim falou o ex-presidente Lula para a plateia de estudantes e professores que lotaram o anfiteatro da Sciences Po, o Instituto de Estudos Políticos de Paris na noite de terça-feira, 16 de novembro de 2021.
Numa exposição de uma hora e vinte e cinco minutos (incluindo respostas a duas perguntas), ele tratou da destruição do Brasil, da necessidade de reconstrução e de reindustrialização, da conjuntura latino-americana e mundial.
TUTAMÉIA acompanhou a palestra ao vivo, com cobertura realizada pela jornalista Rosangela Meletti. Ela mostrou o significado do evento, a intensa movimentação na universidade, a manifestação de apoiadores de Lula e a repercussão da visita do ex-presidente a Paris (acompanhe a íntegra no vídeo e se inscreva no TUTAMÉIA TV).
“O mundo regrediu na última década”, afirmou Lula. Ele atacou o poder do mercado financeiro, socorrido “de forma instantânea” pelo governo norte-americano em 2008, enquanto as populações empobreciam.
Para Lula, pouca coisa mudou desde aquela crise mundial, e é o sistema das finanças “que determina o que é bom e o que é ruim” no mundo.
Segundo ele, é preciso conter a “ganância dos ricos” e “recuperar o papel dos Estados nacionais”.
Lula propôs a realização de uma conferência mundial para debater uma nova governança global, na qual “ninguém tenha poder de veto”.
Lembrou da atual estrutura de poder na ONU, ainda fruto dos arranjos do imediato pós-guerra, que confere poder de veto a cinco países: EUA, China, Rússia, França e Reino Unido. E ressaltou que o organismo teve, no passado, coragem de criar o Estado de Israel, mas hoje não age para a criação do Estado Palestino.
Respondendo a Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina do Instituto de Estudos Políticos de Paris, sobre o embate entre Estados Unidos e China, Lula disse que é inaceitável uma segunda guerra fria.
Defendeu a retomada de uma maior integração na América Latina, relembrando ações de seu governo –que rechaçou a Alca norte-americana e fortaleceu o Mercosul, entre outras iniciativas. Afirmo que, naquela época chegou a debater com a argentina a criação de uma moeda comum.
Elogiou Hugo Chávez, Evo Morales, entre outros líderes da região, e destacou o papel de Cuba, que apesar do bloqueio estadunidense, agiu para buscar dignidade e cidadania:
“O único país que conseguiu dar um salto foi Cuba. Fora Cuba, qual outro país resolveu os seus problemas?”.
Sobre o Brasil, elencou as ações destrutivas de Bolsonaro em todas áreas e disse ser possível retomar um projeto de país soberano, apesar do desmantelamento em curso: “”Esse Guedes é efetivamente um destruidor de nações. E vocês vão saber como é que a gente vai poder consertar esse país depois que o povo eleger democraticamente um outro presidente. Porque esse Guedes mente muito, mente mais que o Bolsonaro”.
E seguiu: “O país pode ser reconstruído. Vai dar muito trabalho reconstruir esse país; mais do que da primeira vez. Tenho 76 anos e nunca vi a fome tão espraiada no Brasil como está agora”.
CONFIRA A SEGUIR TRECHOS DA PALESTRA DE LULA NA SCIENCES PO
É um privilégio voltar a este anfiteatro histórico, onde estive há dez anos para receber o título de Doutor Honoris Causa da Sciences Po. Tenho hoje a oportunidade de renovar os agradecimentos e compartilhar impressões sobre as mudanças que ocorreram, desde então, no Brasil, na América Latina e em nosso planeta.
Quero primeiramente agradecer por este honroso convite à presidente da Fundação Nacional de Ciências Políticas, Laurence Bertrand, ao presidente do Observatório Político da América Latina e Caribe, Olivier Dabene, e a seu diretor-executivo, o professor Gaspard Estrada.
Disse em 2011 e reafirmo que estas homenagens não pertencem a mim pessoalmente, mas ao sofrido e corajoso povo brasileiro, em sua luta permanente por um país e um mundo mais justo, menos desiguais e mais democráticos.
Quero saudar os convidados, os professores e professoras, funcionários, alunos e alunas. Faço uma saudação especial aos estudantes brasileiros e latino-americanos, que a Sciences Po sempre acolheu nos momentos históricos mais difíceis para nossa gente. A solidariedade aos perseguidos do mundo é uma das mais admiráveis tradições do povo de Paris; tradição que felizmente persiste nesses tempos em que se dissemina o ódio e a intolerância.
Pessoalmente, tenho muito a agradecer pelo apoio e solidariedade que recebi de tantos amigos e companheiros na França, ao longo do período em que fui alvo de uma implacável perseguição judicial, política e midiática em meu país.
Agradeço especialmente ao Comitê Lula Livre da França, ao apoio que recebi de companheiros como François Hollande e Jeán-Luc Mélenchon, ao Conselho de Paris e à prefeita Anne Hidalgo, por minha nomeação com Cidadão de Honra de Paris. Foram gestos generosos que romperam o muro de silêncio sobre a nossa resistência no Brasil.
Foram cinco anos de luta pela verdade e pela justiça até que o Supremo Tribunal Federal do Brasil viesse a estabelecer, afinal, a suspeição e a parcialidade do juiz que me condenou sem provas e sem causa, como vinham denunciando desde o início meus incansáveis advogados, Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Martins.
Sempre compreendi que ao condenar, prender ilegalmente e tentar proscrever minha pessoa, o que se pretendia era aniquilar o projeto de um país mais justo, soberano, comprometido com a sustentabilidade ambiental e democraticamente integrado ao mundo, que os governos do Partido dos Trabalhadores representaram e continuam representando no Brasil.
Nossa vitória na dura batalha para restabelecer minha inocência e meus direitos políticos insere-se na luta mais ampla do povo brasileiro e dos que defendem a liberdade e a democracia em todo o mundo. Se vencemos, foi porque nunca estive só. Os 580 dias e noites em que estive preso foram também 580 dias e noites em que, do lado de fora, sob sol ou sob chuva, companheiros e companheiras que eu nem conhecia pessoalmente estavam em permanente e solidária vigília.
MEUS AMIGOS E MINHAS AMIGAS,
Quando estive aqui, em setembro de 2011, o mundo ainda sofria os impactos da grande crise do capitalismo de 2008, decorrente da especulação financeira desenfreada e sem controles.
O alerta para os efeitos nefastos do aquecimento global já estava na ordem do dia. Debatíamos a necessidade de fortalecer os organismos multilaterais e de atuarmos coordenadamente pela paz, contra a desigualdade, a miséria e a fome no mundo.
Dez anos depois, os desafios fundamentais da humanidade continuam os mesmos. A urgência de enfrentá-los é que vai se tornando maior. Uma urgência agravada pela pandemia que segue devastando especialmente as populações dos países mais pobres, além daqueles cujos governos negaram a Ciência ou, pior ainda, investiram na morte, como ocorreu no Brasil.
É duro, mas é necessário, admitir que na última década o mundo regrediu.
Não há como explicar às gerações futuras que em nosso tempo 1% da humanidade detém quase a metade da riqueza do planeta, enquanto 800 milhões de pessoas passam fome. Que uns poucos privilegiados viajam ao espaço por um capricho bilionário, enquanto milhões de famílias não têm sequer onde morar.
Não há justificativa para não termos taxado as transações financeiras globais, e criado fundos de desenvolvimento e combate à pobreza.
É diante desses desafios que me convidam a falar sobre o papel do Brasil no futuro próximo. Apesar da gravíssima situação e de todos os retrocessos que foram impostos ao país e ao povo brasileiro nos anos recentes, quero trazer uma palavra de esperança (abaixo, banda de percussão Batukada da Sciences Po, que recepcionou Lula no encontro).
MEUS AMIGOS, MINHAS AMIGAS
É inevitável comparar a posição que o Brasil havia alcançado nas relações internacionais com o isolamento entre as nações em que o país se encontra hoje. Isso não é fruto do acaso. É o resultado de uma disputa pelo poder que extrapolou os limites da Constituição e do respeito à democracia, até culminar no golpe do impeachment sem crime da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e tudo o que veio depois.
O objetivo indisfarçável do golpe era reverter o projeto de país soberano, voltado para o desenvolvimento econômico, social e ambientalmente sustentável, com geração de emprego e distribuição de renda para a imensa maioria historicamente excluída.
Ampliamos significativamente o investimento público em políticas sociais e de infraestrutura para o crescimento, reduzindo e controlando a inflação e a dívida pública. O Brasil chegou a ser a sexta maior economia do mundo. Em 12 anos, criamos 20 milhões de empregos formais, elevamos em 74% o salário-mínimo e, graças a um conjunto de programas, dos quais o mais conhecido é o Bolsa Família, tiramos da miséria 36 milhões de pessoas. Em 2012, o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU.
Criamos 18 universidades, com 178 novos campi e 422 escolas técnicas por todo o país. O Estado criou o passou a garantir o crédito educativo, ampliou a oferta de vagas e reservamos cotas para negros, indígenas e alunos de escolas públicas nas universidades. As matrículas no ensino superior saltaram de 3,5 milhões para 8 milhões e, pela primeira vez, negros, pardos e filhos de trabalhadores chegaram a ser maioria nas universidades públicas do Brasil.
Dessa forma reduzimos a desigualdade e ao mesmo tempo aprofundamos a democracia.
Costumo dizer que tudo isso aconteceu porque, também pela primeira vez, colocamos os pobres e os trabalhadores no Orçamento da União, provando com isso que os pobres não são problema, mas sim a solução do país.
Transformações dessa magnitude parecem intoleráveis para elites forjadas num processo histórico marcado pela violenta apropriação das terras e das riquezas naturais, pelo genocídio dos indígenas e por mais de três séculos de escravização de povos africanos.
Havíamos interrompido um ciclo de políticas econômicas neoliberais, de encolhimento do estado e privatização sem critério. Contrariamos poderosos interesses econômicos, financeiros e geopolíticos dentro e fora do Brasil. Foi para interromper aquele projeto de país soberano e retomar o ciclo neoliberal que mentiram ao país até levar um governo autoritário e obscurantista à presidência da República.
Na realidade, o processo de destruição nacional em curso no Brasil só poderia ser conduzido por um governo antidemocrático, num país envenenado pela indústria das fake news e em que a oposição é excluída dos debates nos grandes meios de comunicação.
Destruíram cadeias econômicas essenciais, os setores de engenharia, óleo e gás, e estão destruindo a maior empresa do povo brasileiro, a Petrobrás. Corroeram as finanças públicas e contrariamente ao que prometiam, minaram a confiança dos investidores. Transformaram o Brasil numa economia onde apenas especuladores e oportunistas obtêm benefícios.
O resultado é que em apenas cinco anos os trabalhadores perderam direitos fundamentais, o desemprego e o custo de vida explodiram, programas sociais foram abandonados ou descontinuados, incluindo o Bolsa Família. A fome voltou ao cotidiano das famílias.
O governo desmonta políticas públicas bem sucedidas e persegue os cientistas, artistas, professores e lideranças sociais; incentiva a destruição das florestas e a mineração ilegal.
Esse governo colocou o Brasil de costas para o mundo e quem mais sofre com isso é o povo.
Por todos estes motivos, uma nova inserção do Brasil no cenário mundial passa, necessariamente, pela reconstrução do país, num processo de eleições democráticas e verdadeiramente livres, sem fake news diferentemente do que ocorreu em 2018.
QUERIDOS AMIGOS, QUERIDAS AMIGAS,
O isolamento político e diplomático do Brasil é nocivo não só para o nosso país, mas para a comunidade das nações. Ouso dizer que nossa participação ativa nos grandes fóruns globais faz muita falta para o mundo.
O Brasil é muito mais que um imenso território, um grande mercado e uma economia que foi até recentemente um dos maiores destinos de investimento produtivo. O Brasil são 213 milhões de seres humanos, das mais diversas origens, com capacidade de trabalhar, aprender, ensinar e sonhar. Um país defensor do diálogo, com tradição de convivência pacífica e respeito à autodeterminação dos povos.
Temos muito a contribuir em temas como o combate à pobreza e à fome; o diálogo político; a construção da paz; o equilíbrio geopolítico do mundo; a democratização das relações financeiras e comerciais entre países e no enfrentamento da emergência climática. Temos muito a contribuir para a segurança alimentar do planeta, a economia global, a cultura, a ciência e tecnologia.
Na medida em que o povo brasileiro volte a decidir sobre os rumos do país, estou certo de que atuaremos fortemente em todas as iniciativas para superar a indecente desigualdade entre países, e garantir a segurança ambiental do planeta. Esta é a nossa vocação e foi nossa prática quando governamos.
Recordo que chegamos à Conferência do Clima de Copenhague, ainda em 2009, apresentando a meta voluntária de reduzir as emissões de CO2 em até 39% em 2020, compromisso transformado em lei pelo Congresso Nacional. Aquela atitude nos autorizou a chamar à mesa os grandes países, lançando ali as sementes do que viria a ser o Acordo do Clima de Paris de 2015.
Nossa credibilidade era lastreada na redução da taxa de desmatamento em 75%, o menor nível alcançado até então. Nosso governo foi responsável por 74% das unidades de conservação florestal e ambiental criadas no mundo naquele período. Apresentei estes dados aqui na Sciences Po. em 2011 e, apesar de todos os retrocessos, são eles que representam de fato o compromisso do povo brasileiro com o planeta em que vivemos.
Temos plena consciência da necessidade de preservar a Amazônia, por uma razão muito simples e não muito difundida: é nela que vivem mais de 25 milhões de brasileiros e brasileiras, incluindo povos indígenas, populações ribeirinhas, pescadores e extrativistas. A ninguém interessa mais preservar a floresta, saudável e de pé, do que a quem dela retira seu sustento, em necessário equilíbrio.
Demarcamos mais de 50 milhões de áreas de proteção florestal em nossos governos, para que nelas possam conviver os indígenas, os quilombolas e as populações locais em harmonia com a natureza. Incentivamos a pesquisa científica e a utilização sustentável dos recursos da Amazônia em benefício da humanidade.
Os que destroem, degradam, incendeiam e desmatam são invasores, que, em nosso período, vinham sendo cada vez mais coibidos pela lei e pelo Estado, mas no governo atual eles receberam salvo-conduto para cometer seus crimes.
Somos nós os mais radicalmente interessados em manter vivo esse patrimônio natural, sem abrir mão nem de nossa soberania nem de nossa responsabilidade intransferível. Foi dessa maneira que obtivemos, por exemplo, o apoio financeiro da Alemanha e da Noruega para constituir o Fundo Amazônia, que lamentavelmente foi tornado inviável pelo atual governo do Brasil.
QUERIDAS AMIGAS, QUERIDOS AMIGOS,
Foi para nos abrirmos ao mundo, de maneira soberana e solidária, que nos empenhamos na integração latino-americana a partir da América do Sul. Fortalecemos o Mercosul, criamos a Unasul, o Instituto Sul-americano de Governo em Saúde, o Conselho de Defesa da América do Sul e, em seguida, da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe, a Celac.
Não é pouco relevante, considerando a história, termos estabelecido na América Latina e Caribe um foro político e diplomático autônomo em relação aos Estados Unidos.
Na minha visão, o avanço da integração regional permitirá aos nossos países contribuir de forma efetiva para um diálogo global mais democrático. Por isso, também inovamos ao estabelecer o IBAS, com a Índia e África do Sul, e os BRICS, incluindo a Rússia e China.
Ampliamos o comércio e as relações com a União Europeia e avançamos na parceria estratégica e de Defesa com a França. Cooperamos com os países da África, estabelecemos novo diálogo com os países árabes e com a China, sem prejuízo de relações comerciais e diplomáticas que mantínhamos com outros países.
Foram avanços importantes, dentro de uma visão de um mundo multipolar, que deram consequência prática à defesa de relações econômicas e políticas mais equilibradas entre países. A necessidade de fortalecer ou renovar o sistema multilateral, tornando-o mais efetivos por meio de sua democratização, é uma questão dramaticamente urgente para o mundo.
Nunca me conformei com o fato de os países ricos não terem dado consequência às resoluções do G 20 nas reuniões de Londres e Pitsburgh em 2009.
Além da frustração com o que se deixou de fazer, preocupa-me que a comunidade internacional tenha feito tão pouco para impedir que outra crise venha a ocorrer em escala ainda maior. O sistema financeiro globalmente integrado exerce seu poderio de forma instantânea sobre a vida de 7 bilhões e oitocentos milhões de pessoas.
Será que teremos de esperar a próxima crise para voltar a falar sobre a necessidade de uma governança global democrática? Até quando a ganância dos ricos, o isolacionismo dos governos e o individualismo vão prevalecer sobre os interesses do planeta e da humanidade?
Estamos falando da responsabilidade dos Estados nacionais e da recuperação do papel da Política, em seu mais elevado sentido, para enfrentarmos juntos e coordenadamente o desafio da desigualdade.
O atraso, a pobreza e a fome não são mandamentos divinos. São o resultado do que fazemos ou deixamos de fazer neste mundo.
A experiência me mostrou que para enfrentar a desigualdade num país, é central o papel do Estado para cobrar e distribuir, para planejar e executar políticas públicas abrangentes, para garantir os direitos do mais fracos. Estas funções o Estado exerce quando é governado democraticamente, convivendo com a energia de uma sociedade livre – partidos, movimentos, imprensa, universidades e indivíduos.
A desigualdade entre os povos e países tampouco nasceu com a humanidade. É resultado de processos históricos que privilegiaram alguns em detrimento de muitos, em um círculo vicioso, até chegarmos ao ponto em que nos encontramos.
É certo que não temos respostas prontas para estas questões, mas é mais certo ainda que elas só vão se agravar se ficarmos inertes e tudo continuar como está.
Temos de buscar estes caminhos no diálogo democrático, sincero e com sentido de justiça, para o qual o Brasil terá muito a contribuir, tão logo volte a ser a um país soberano.
AMIGOS E AMIGAS,
O mundo ainda vive a grande crise causada pela pandemia. Como ocorreu depois de outras grandes crises, é necessário reconstruir as instituições internacionais sobre novas bases. Não podemos continuar governados pelo sistema criado após a Segunda Guerra Mundial. É urgente convocar uma conferência mundial, com representação de todos os Estado, e participação da sociedade civil, para definir uma nova governança global, justa e representativa.
Neste planeta que compartilhamos, o futuro da humanidade precisa ser construído com diálogo e não autoritarismo, com paz e não com violência; com mais livros e não mais armas; com mais escolas para termos menos presídios. Com mais verdade, e menos mentiras. Com mais respeito a natureza, para assegurarmos a água, o ar e a vida para nossos filhos e netos. Com mais acolhimento e solidariedade, e menos exclusão.
Com mais amor e menos ódio.
Muito obrigado, do fundo do meu coração, por esse reencontro.
MUITO OBRIGADO!
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