“O PT tem o dever, tem uma responsabilidade com o país e com o povo brasileiro de não deixar que ele [Jair Bolsonaro] vença as eleições mentindo para o povo. Isso é o triste, porque ele induz a população a erro ao mentir, ao ter uma máquina de mentiras. Estamos firmes, com muita determinação de fazer essa campanha e conclamando todos aqueles que lutaram pela democracia – e que sabem o valor que tem a democracia para o povo e para o futuro do Brasil–, pelos nossos direitos e pela nossa soberania que venham juntos nessa luta. Temos certeza de que podemos, sim, ganhar essa eleição, virar esse jogo e salvar o Brasil do fascismo”.
Palavras de Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, em entrevista ao TUTAMÉIA, 24 horas depois da apuração do primeiro turno que colocou Jair Bolsonaro e Fernando Haddad na disputa final. Na sua visão, é preciso “chamar um movimento pela democracia”.
Na entrevista (acompanhe no vídeo acima), a senadora fala da necessidade de ampliação das alianças no segundo turno, especialmente num momento em que há um “enfrentamento com alguém que traz não só a pauta da direita em relação à economia, sendo pior que Temer, mas que quer se alinhar aos EUA, quer privatizar tudo, entregar tudo, é contra o povo, quer acabar com os direitos dos trabalhadores e ainda é autoritário e violento. Onde nós vamos parar?”.


A senadora afirma que os movimentos no sentido de formação dessa aliança contra Bolsonaro já começaram, envolvendo inicialmente as forças políticas do campo da esquerda. “Quem preza a democracia, ainda que não tenha concordância programática com a gente em vários pontos, está convidado a vir para um movimento que quer salvar o Brasil e povo brasileiro. Dentro do PSDB tem gente até que está se contorcendo contra, não quer esse tipo de política [de Bolsonaro], embora tenha gente que aderiu a ele”.
Para Gleisi, o segundo turno colocará em evidência o embate entre dois projetos para o Brasil; “quem está representando o povo e os trabalhadores e quem está representando uma política liberal na economia e autoritária ainda por cima”. A presidenta do PT lembra que Bolsonaro “votou a favor de Temer, se posicionou contra o povo, apoiando a reforma trabalhista, sendo contra os direitos das empregadas domésticas e a favor de entregar as reservas de petróleo da Petrobras. Os posicionamentos dele são contra o Brasil e contra o povo brasileiro”.

A dirigente do PT fala ainda sobre o papel do presidente Lula na campanha e adianta que o partido já marcou reuniões com outras forças para discutir ações conjuntas neste segundo turno. Também comenta as iniciativas que vêm sendo tomadas para enfrentar a campanha de notícias falsas disseminadas pelo adversário.