“Quem vai decidir se o Brasil vai virar um caos social ou não é o Estado. O Estado tem recursos para manter a economia viva, para manter o trabalhador e a trabalhadora, o pobre em condições de adquirir o mínimo necessário para se sustentar com dignidade, tem como emular empregos, a economia. Se formos conduzidos pela política do presidente Bolsonaro e a sua equipe econômica vamos para a catástrofe”.
A avaliação é do pastor evangélico Ariovaldo Ramos dos Santos em entrevista ao TUTAMÉIA (acompanhe no vídeo acima e inscreva-se no TUTAMÉIA TV). Para ele, é preciso “derrubar o presidente, interditar o presidente, dizer: O senhor não tem condições de governar o país”.
Fundador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Ariovaldo alerta: “O caos cobra um custo altíssimo de vidas, de banditismo. As organizações criminosas vão explorar isso ao máximo. Com a pandemia, vai ser a desgraça na periferia. Bolsonaro é o protagonista da miséria”.
E pede: “É hora de as autoridades brasileiras tomarem a iniciativa. O executivo está destruído o país, a economia, a soberania, acabando nossos ativos, os empregos, levando os nossos empresários a enfrentar um capitalismo que eles não conseguem enfrentar. Que o congresso e o judiciário sejam protagonistas mais ativos. O que estamos assistindo vai nos levar mesmo ao caos. Mas não tem nada a ver com o coronavírus; tem a ver com o estado. Os Estados no mundo reagiram melhor do que o Estado brasileiro. O problema do Brasil é o Estado. A Nação está à deriva”.
De casa e defendendo enfaticamente que todos fiquem em casa, Ariovaldo condena a atitude de pastores que pregam contra a quarentena:
“Isso é um absurdo, é criminoso. É um espírito genocida que precisa ser denunciado a todo o instante. São os oportunistas de sempre, venais. Lutam para fazer encontros presenciais porque precisam de dinheiro. São irresponsáveis, tratantes, mentirosos, gente que faz dívidas e quer que outros as paguem. Eles se comportam como curandeiros, com um comportamento absolutamente irresponsável, de seitas suicidas. Não tem nada a ver com a nossa religião. As escrituras sagradas sempre preservaram a vida acima de tudo. As seitas suicidas estão imbricadas na demência de seus líderes. A fé não imuniza ninguém, mas nos dá coragem para fazer o que deve ser feito”.
Ariovaldo enfatiza que a pandemia “não é uma praga divina. É o custo de nosso desrespeito ao ambiente, ao bioma, toda essa sorte de exageros que o capitalismo privilegiou”.
E assevera:
“Na nossa fé não é possível coisificar o ser humano. Todos os serres humanos são iguais em dignidade. Cada vida importa. Sairemos diferentes dessa crise. Às vezes o que a vida não consegue fazer, a morte propõe. Ter fé é resistir ao sofrimento desnecessário”.