Texto de  Frei Sérgio Görgen

 

O Programa Camponês proposto à sociedade e ao Governo Federal pelo Movimento dos Pequenos Agricultores tem componentes importantes para ajudar o País a sair da crise alimentar e social em que se encontra.

Este programa será um grande gerador de empregos nas pequenas e média cidades brasileiras, de modo especial no setor metalúrgico e de máquinas e implementos agrícolas de pequeno e médio porte e de equipamentos agroindustriais.

Também terá impacto, gerando empregos, na indústria de defensivos e insumos naturais e orgânicos, consolidando, inclusive uma nova economia com demanda acelerada deste tipo de insumo para a produção de alimentos saudáveis.

Aumentará a estabilidade na oferta de alimentos variados, diminuindo o risco de inflação.

Diminuirá o impacto do êxodo rural, com menor pressão populacional sobre as cidades, com os efeitos benéficos sobre a segurança pública e sobre o desemprego.

O aumento considerável de oferta de alimentos saudáveis e de qualidade irá melhorar a saúde da população, diminuído as filas do SUS e os gastos públicos com saúde. Já dizia Hipócrates na Grécia antiga que o alimento saudável é a principal fonte da boa saúde.

Um programa que integra de forma massiva grande número de camponeses na produção de comida saudável através do avanço científico e tecnológico das práticas agroecológicas diminuirá também a dependência da agricultura brasileira da importação generalizada e asfixiante de insumos agrícolas, impactando positivamente as contas externas do país.

O Programa Camponês induzirá uma produção de alimentos menos dependente de insumos importados, menos envenenada, mais empregadora, mais limpa, mais saudável para agricultores e consumidores e mais sustentável tanto do ponto de vista social como ambiental. Mais renda para os pequenos agricultores e comida de qualidade na mesa de todos os brasileiros.

O Programa Camponês proposto entre outros elementos, consiste em: estímulo a cooperação e ao cooperativismo; financiamento desbancarizado e desburocratizado; transição agroecológica massiva; assistência técnica e educação camponesa; investimento nas unidades de produção camponesa; processamento e agroindustrialização da produção; Unidades de Beneficiamento de Sementes; Biofábricas de insumos; Armazenagem, logística e distribuição.

Este é o Programa, em síntese, pelo qual lutamos e que terá a capacidade de unificar forças sociais camponesas e urbanas para seguir na luta pela construção de soberania alimentar, qualidade de vida e um Brasil democrático e justo. É a hora e a vez do Programa Camponês.