“Nós ficamos indignados com esse atentado, que faz parte do script, da forma com que os Estados Unidos agem da América Latina”, disse João Pedro Stedile, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, sobre o ataque terrorista contra o presidente da Venezuela, Nícolas Maduro, ocorrido no último sábado (4.8).

João Pedro, o ex-chanceler Celso Amorim e outros dirigentes de movimentos populares que integram o Comitê Brasileiro pela Paz da Venezuela foram nesta quarta-feira (8.8) levar seu apoio e solidariedade ao cônsul na Venezuela em São Paulo, Robert Torrealba.

Em cerimônia no consulado, na zona oeste de São Paulo, levaram flores, fizeram música, denunciaram as ações de desestabilização de governos legítimos e apontaram caminhos para enfrentar esses desafios.

Para João Pedro, o atentado põe a nu a hipocrisia do imperialismo: “Demonstra que eles não respeitam as regras democráticas que dizem defender” (confira mais detalhes clicando no vídeo do alto desta página).

Celso Amorim afirmou que manifestações recentes do governo dos Estados Unidos e dos golpistas do Brasil acabam por se constituir, na prática, em carta branca para a violência:

“Quando o presidente dos Estados Unidos diz que não exclui a opção militar, sempre há um grupo extremado que acredita nisso e vai adiante, e acha que vai ter apoio. Não sei se teria ou não, mas de qualquer forma é grave. E a mesma coisa no que diz respeito ao Brasil. Embora o Brasil diga que é contra a violência, contra a opção militar, mas o fato de trabalhar pelo isolamento, isso só contribui para que essas forças radicais se manifestem”.

O que constitui uma ameaça para todos os países, segundo aponta nota divulgada pelo Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela:
“Essa brutal ofensiva contra a Venezuela atinge e fere todos os povos vizinhos e irmãos da América Latina e Caribe. O ataque à Venezuela é contra todos nós.”

João Pedro destacou que o atentado não ficará impune, lembrando que alguns dos terroristas já foram presos. E a derrota maior virá com a ascensão das forças populares e democráticas na América Latina:

“Esperamos que a eleição do presidente Obrador, no México, e do presidente Lula, aqui no Brasil, alterem a correlação de forças, para que retomemos o caminho da paz, da tranquilidade e de uma maior integração popular no continente.”

Agradecendo o apoio, Robert Torrealba, cônsul da Venezuela, também destacou que o ataque atinge imediatamente o governo de Maduro, mas fere toda a América Latina:

“Nós, da Venezuela, sempre recebemos com muita alegria e muita simpatia essas manifestações de solidariedade, principalmente as que vêm dessas forças progressistas, porque representam para nós uma clara lembrança de que as forças que lutam por condições de igualdade nos nossos povos continuam vivas. Mesmo que estejam enfrentando dificuldades, adversidades, as forças que representam a solidariedade dos povos continuam mais viva que nunca. Sempre que permanecermos unidos como povo poderemos enfrentar todos os desafios.”

Representantes de movimentos populares do Brasil com o consul da Venezuela, Robert Torrealba (à dir. da moça de vermelho) – Foto Pedro Bravia/BdF

 NOTA DO COMITÊ BRASILEIRO PELA PAZ NA VENEZUELA

O Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela condena veementemente o atentado perpetrado contra a vida do presidente legítimo do país e líder da Revolução Bolivariana, Nicolás Maduro, que afortunadamente saiu ileso.
A tentativa de assassinar o presidente Nicolás Maduro é mais um episódio da guerra política, que recorre a métodos terroristas para derrocar a Revolução Bolivariana e submeter o povo venezuelano ao domínio da oligarquia local e do imperialismo estadunidense.
Neste afã, as forças direitistas ameaçam a paz e a estabilidade no país vizinho. Essa brutal ofensiva contra a Venezuela atinge e fere todos os povos vizinhos e irmãos da América Latina e Caribe. O ataque à Venezuela é contra todos nós.
Em momento de tamanha gravidade para a paz, a estabilidade e a democracia na Venezuela e em toda a região, condenamos também os governos que fazem vistas grossas à intentona contra o presidente Maduro.
Fica desmascarada a ação da OEA, do seu secretário-geral e dos governos que constituem o chamado Grupo de Lima, entre eles o regime golpista brasileiro de Michel Temer. Sempre tão pressurosos em repercutir as posições do imperialismo estadunidense na região, silenciam ante a escalada do terrorismo que ameaça e ataca o povo venezuelano e seu legítimo governo.
As organizações brasileiras membros do Comitê reiteram sua posição de apoio ao povo irmão e manifestam plena solidariedade ao presidente Nicolás Maduro.

ASSINAM:::

1) ALBA Movimientos – Capítulo Brasil
2) Brigadas Populares
3) Campanha Brasil Justo para todos e para Lula
4) Casa de Cultura Carlos Marighella
5) Central de Movimentos Populares – CMP
6) Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
7) Central Única dos Trabalhadores – CUT
8) Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz – CEBRAPAZ
9) Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
10) Coletivo Poder Popular
11) Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino- CONTEE
12) Conselho Mundial da Paz – CMP
13) Consulta Popular
14) Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN
15) Democracia no Ar
16) Federação Sindical Mundial – FSM
17) Federação Única dos Petroleiros – FUP
18) Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – FNDC
19) Fundação Perseu Abramo
20) Instituto Astrogildo Pereira
21) Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
22) Jubileu Sul Brasil
23) Levante Popular da Juventude
24) Marcha Mundial de Mulheres
25) Movimento Cultural de Olho na Justiça – MOJUS
26) Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
27) Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
28) Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
29) Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
30) Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM
31) Partido Comunista do Brasil – PCdoB
32) Partido dos Trabalhadores – PT
33) Pastoral da Juventude Rural – PJR
34) Rede de Médicas e Médicos Populares
35) Refundação Comunista
36) Sindicatos dos Arquitetos
37) Sindicato dos Bancários de Santos
38) Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte – Sindpetro-RN
39) União Brasileira de Mulheres
40) União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
41) União da Juventude Socialista – UJS
42) União Nacional dos Estudantes