Papel crepom, gravetos, cola –e uma mensagem política. Com esses ingredientes, o Coletivo Flores pela Democracia vai a praças, auditórios, corredores, assembleias para levar o debate sobre o país e resistir. Para relatar essa experiência criativa de luta, cinco integrantes do grupo suprapartidário falam ao TUTAMÉIA.

A partir da esq., Cecília Figueira, pedagoga, Vânia Leite, atriz e fisioterapeuta, Alfredina Nery, professora, Regina Bueno, socióloga, e Luci Hashimoto,, oceanógrafa, participantes do coletivo Flores pela Democracia

Chegam com flores, muitas flores. Contam que começaram a se reunir no final de abril de 2018, mobilizadas para reagir contra a prisão de Lula, o desmantelamento das políticas públicas, o desmonte do país.
Lembram que resolveram atuar em praça pública (elas se reúnem todas às quintas no final da tarde, no Largo da Batata, em SP) para recuperar o espaço público e fazer política de uma forma diferente. Elas sentam na praça, conversam com os passantes, produzem flores. A flor é um panfleto –em cada uma delas vai uma frase – em defesa da educação, contra a destruição da Previdência, por Lula Livre.
Para elas, a experiência mostra que a flor e a conversa rompem, pela delicadeza, o atrito entre pessoas que pensam diferente nesse momento tão encharcado de ódio. Citam a inspiração de a “A Flor e a Náusea”, de Carlos Drummond de Andrade. No poema, a flor nasce na rua, rompe o asfalto: “Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio”.
É o que elas quem.