“O tenente-general Qasem Soleimani, o grande estrategista Soleimani olhou a região com um olhar libertador, mapeou os pontos e iniciou a luta. Pagou com a própria vida por essa luta”, disse Kháled Fayez Mahassen, da Academia Árabe Brasileira de Letras e Partido Comunista Libanês no Brasil, em solenidade realizada no dia 11 de janeiro de 2025 para lembrar o quinto aniversário do assassinato do líder e estrategista.

A solenidade, promovida pelo Instituto de Amizade Brasil-Irã, homenageou ainda a memória de comandante Abu Mahdi al-Muhandis e seus companheiros também assassinados por causa de sua luta de resistência ao imperialismo e ao sionismo.

“O recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou seu criminoso assassinato, em 3 de janeiro de 2020, matando o General Qasem Soleimani, o comandante Abu Mahdi al-Muhandis e outros em um ataque de drones do lado de fora do Aeroporto Internacional de Bagdá”, disse Amyra El Khalili, fundadora e editora da rede Movimento Mulheres pela Paz na Palestina.

Ela acrescentou: “Representando uma violação estúpida e covarde do direito internacional, o ataque foi condenado por vários líderes mundiais e organizações internacionais, mas justificado por Trump e seu governo, que alegaram ter eliminado “o terrorista número um do mundo”.

E afirmou: “No entanto, é justamente o contrário: o comandante da Força Quds se tornou um símbolo altamente reverenciado, regional e internacionalmente, na luta contra o terrorismo e contra a hegemonia ocidental.”

Clique na foto a seguir para ver vídeo produzido por TUTAMÉIA apresentando a parte inicial do evento realizado em São Paulo. Acompanhe depois as falas de Khalili e Mahassen.

 

 

 

O COMANDANTE DA FORÇA QUDS SE TORNOU

UM SÍMBOLO NA LUTA CONTRA O TERRORISMO

E CONTRA A HEGEMONIA OCIDENTAL

Amyra El Khalili

Prezadas companheiras e companheiros de caminhada e autoridades religiosas e políticas, sou Amyra El Khalili, fundadora e editora da rede Movimento Mulheres pela Paz na Palestina.

Hoje estamos reunidos neste ato solene para reafirmar o legado e a missão dos heróis antiterrorismo General Qasem Soleimani, comandante Abu Mahdi al-Muhandis e seus companheiros pela libertação da Palestina e pela soberania dos povos.

O recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou seu criminoso assassinato, em 3 de janeiro de 2020, matando o General Qasem Soleimani, o comandante Abu Mahdi al-Muhandis e outros em um ataque de drones do lado de fora do Aeroporto Internacional de Bagdá.

Representando uma violação estúpida e covarde do direito internacional, o ataque foi condenado por vários líderes mundiais e organizações internacionais, mas justificado por Trump e seu governo, que alegaram ter eliminado “o terrorista número um do mundo”.

No entanto, é justamente o contrário: o comandante da Força Quds se tornou um símbolo altamente reverenciado, regional e internacionalmente, na luta contra o terrorismo e contra a hegemonia ocidental.

O General Qasem Soleimani desempenhou um papel importante e crítico no apoio à resistência palestina em todos os níveis por décadas e foi temido por sua astuta mente militar.

O Imam Khamenei observa, por ocasião de seu martírio: “Não devemos olhar para o Mártir Haj Qasem Soleimani como um indivíduo. Em vez disso, devemos olhar para ele como uma escola de pensamento, um caminho e uma escola para nos instruir.”

Imam Khamenei nos orienta a rever as experiências de vida do General Qasem Soleimani que, com seu caráter, teve competência para reunir diferentes culturas para conseguir atingir um único objetivo: “a segurança regional”, combatendo o terrorismo.

Além disso, sua popularidade entre diferentes grupos, mesmo com todas as diferenças étnicas, culturais e religiosas, foi capaz de unir esses grupos e, ao mesmo tempo, preservar as diferenças do multiculturalismo.

Este exemplo bem-sucedido de solidariedade intercultural deve ser considerado ao reavaliar as versões ocidentais prevalentes de multiculturalismo no mundo. Soleimani foi a realização dessa visão de mundo em relação à humanidade.

De fato, foi ele quem orientou e instruiu a resistência palestina para suportar por mais de 450 dias, com firmeza, os combates no terreno desde a operação Tempestade de Al Aqsa.

Com o mestre Soleimani, a resistência palestina aprendeu a não reagir emocionalmente, mas racional e estrategicamente. Antes de Soleimani, lançar mísseis sucateados contra o deserto era apenas uma reação de insubordinação de desesperados enclausurados no maior campo de concentração a céu aberto do planeta, que se tornou Gaza.

Com Soleimani, a inteligência militar, a tática de guerra e de guerrilha, e a engenharia de construção dos túneis ganharam lugar de destaque, permitindo, com a operação Tempestade de Al Aqsa, desnudar a farsa sionista do gigante invencível, do exército mais moral do mundo, expondo a imoralidade depravada e insana do imperialismo e colonialismo sionista.

Com Soleimani, a resistência palestina aprendeu o significado da cautela e da articulação engenhosa. Com Soleimani, a resistência aprendeu a detectar os pontos fracos e as falhas do inimigo.

Estamos em guerra, uma guerra deliberadamente orquestrada pelo sionismo israelense, que não ocorre apenas nos territórios onde as vítimas são despedaçadas e afogadas no desespero causado pela omissão, pelo silêncio e pela covardia da comunidade internacional.

Essa guerra é também travada no campo simbólico, onde muitos que se apresentam como defensores dos direitos humanos adotam padrões duplos.

A batalha acontece em duas frentes: no mundo real, com a devastação dos corpos e dos escombros causados por armas de última geração, e no campo da comunicação e da internet, onde se disputa a narrativa.

Do nosso lado, no front latino-americano, trabalhamos há três décadas para esclarecer os fatos e apresentar a verdadeira versão do que ocorre na Palestina Ocupada, além de suas consequências geopolíticas no Oriente Médio, com um registro factual e histórico, necessário e urgente, num cenário em que a desinformação promovida pela propaganda midiática sionista distorce os papéis dos atores, em que os oprimidos colonizados são retratados como “terroristas”, enquanto os colonizadores criminosos são vistos como vítimas, sempre atacadas por árabes e muçulmanos supostamente impiedosos e cruéis.

Neste contexto, a Palestina continua sendo parte da história e identidade árabe e islâmica e continua sendo uma causa árabe e muçulmana, independentemente do descontentamento sentido nos governos árabes e das políticas colaboracionistas e traiçoeiras de algumas lideranças.

A Palestina é ecumênica. Ela acolhe todas as religiões com o coração aberto. A história da Palestina é a história de todos nós. A Palestina é a alma do multiculturalismo que forjou o caráter do General Qasem Soleimani por Al Quds, por Al Aqsa, pelos preceitos do Islã e pelo respeito à diversidade étnica, racial e religiosa.

Portanto, será na memória destes heróis antiterrorismo que encontraremos forças, esperança e coragem para empreender esse combate nas mais diversas frentes pela soberania dos povos.

Nós queremos e lutamos pela soberania. A soberania precisa ser plena. Sobre isso, o Imam Khamenei, em suas declarações, deixa muito claro: ele diz que a liberdade deve ser plena e que o povo palestino tem fé.

A resistência palestina está solidificada e enraizada na fé e na crença. A Palestina é a causa das causas da humanidade. Se não houver paz na Palestina, não haverá paz no mundo.

Para finalizar minha fala, quero, mais uma vez, agradecer por esta oportunidade. Deixo nossas redes e nossas portas abertas para este canal de comunicação e interlocução. Que possamos prosseguir juntos com a esperança de que, um dia, a verdade triunfará sobre as injustiças históricas cometidas contra o povo palestino e pela unidade dos povos árabes e muçulmanos.

Agradeço pela confiança e pela oportunidade de contribuir para este precioso encontro.

Agradeço especialmente aos heróis e mestres General Qasem Soleimani, comandante Abu Mahdi al-Muhandis e seus companheiros, que nos municiaram com suas experiências. Com o seu legado, seguiremos nessa missão formando alianças inquebrantáveis por um BEM MAIOR!

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A seguir, vídeo apresentado durante o ato solene

 

 

A CAUSA PALESTINA SE TORNOU A CAUSA

DE TODOS NÓS, DE TODA HUMANIDADE E, ESPECIALMENTE,

A CAUSA DA LUTA CONTRA A TIRANIA

Kháled Fayez Mahassen

Desde minha infância, escuto as vozes dos políticos e chefes de tribos filosofando em torno de uma causa, que na minha infância não entendia muito bem o que tínhamos com isso. A Causa Palestina. A CAUSA Palestina, tornou-se a causa de todos nós, de toda humanidade e especialmente a causa da luta contra a tirania, contra o sionismo, nazismo, fascismo e contra o mal que esses podem causar a humanidade.

Muitos pensam que essa questão é local, num ponto do médio oriente, na terra dos cananeus, dos fenícios, das grandes civilizações, mas não é. O mal que atinge aquele ponto, atinge também o Brasil, o Irã, a Rússia, o México, a Venezuela o Sudão, Etiópia, o Iêmen e o mundo todo.

Instalaram nesta terra santa, Palestina, um estado assassino para defender os interesses do sionismo internacional e seu capital, para explorar as riquezas da região, para impedir a unificação de uma nação, para garantir o corredor do ocidente ao oriente, para repetir a história da invasão dos nossos sítios históricos e sagrados.

Os movimentos de libertação nunca cessaram. Desde o domínio turco-otomano, estamos em luta no Líbano, Síria, Palestina, e outros países por lá, e não é diferente da América central e América latina, o Simon Bolívar fez história na luta pela liberdade e soberania. Cuba a gloriosa Cuba. Ensinou-nos com os seus comandantes Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, que para lutar e vencer basta ter vontade e acreditar no seu ideal e na sua liberdade e na sua pátria.

O tenente-general Qasem Soleimani, o grande estrategista Soleimani não era diferente. Olhou a região com um olhar libertador, mapeou os pontos e iniciou a luta. O General Soleimani e Abu Mahdi Al Muhandes pagou a própria vida por essa luta. Foram assassinados de uma forma covarde.

Da mesma forma covarde e genocida acontece o martírio de mais de 50 mil crianças e mulheres e idosos em Gaza e outros milhares no Líbano, no Iêmen e na Síria. Até onde o mundo vai assistir a esses massacres sem se manifestar a favor das vítimas do ódio do racismo e da crueldade?

Os estadunidenses e seus aliados tem as mãos manchadas de sangue do Vietnam a Cuba e da Coreia à África do Sul. Esses bandidos vivem de guerras e se divertem com a destruição e a morte. Mas, nós, estamos presentes e prontos para luta, como sempre. E, quando o mundo pensa que nós cansamos ou esgotamos nossas forças, do nada cria-se uma energia que renova a força e a determinação de seguir na luta até a vitória final. Vamos juntos.