A edição desta segunda-feira, 25.05, do jornal britânico “Financial Times”, a mais importante publicação de economia do mundo, estampa análise sobre a crise sanitária e econômica no Brasil, afirmando no título “Populismo de Bolsonaro está levando o Brasil ao desastre” (saiba mais no vídeo acima).
A explosão do número de mortes e de infecções por Covid 19 no Brasil fez com que o país passasses a ser examinado com mais atenção pela imprensa internacional. Assim como o “FT”, outros órgãos chegaram à mesma e óbvia conclusão: Bolsonaro é o responsável pelo morticínio.
O “FT” lembra que não se pode culpar o presidente pelo coronavírus nem pela pobreza histórica do Brasil, que facilita a transmissão e dificulta o combate à epidemia. Mas, diz o jornal, “ao encorajar seus apoiadores a burlar a quarentena e a boicotar seus próprios ministros da Saúda, Bolsonaro é responsável pela resposta caótica [do governo] que permitiu que a pandemia saísse fora do controle. Como resultado disso, os danos econômicos e na área de saúde sofridos pelo Brasil provavelmente serão mais graves e mais profundos do que poderiam ter sido”.
No mesmo sentido, o “Telegraph” diz: “Bolsonaro segue em negacionismo enquanto o número de casos se expande”.
E a BBC de Londres publica entrevista com o renomado economista Jeffrey Sachs em que ele aponta: “Crise da pandemia no Brasil está mais profunda por causa de Bolsonaro”. E explica: “O Brasil está tão desastrosamente governado que já estava em crise, mas com Bolsonaro está se transformando numa crise ainda mais profunda porque o governo federal é, como nos EUA, incoerente e dá pouca ajuda para deter a epidemia além do que fazem os governadores estaduais”.
Não precisava ter sido assim. Especialistas dos mais diversos ramos, da saúde à economia, apontavam e vêm apontando saídas. Em entrevista à “Folha de S. Paulo”, o professor Martin Eichenbaum afirma: “Recessão seria muito menor com quarentenas e testagens em massa”.
O especialista da Universidade de Northwestern alerta: “A cada dia que demoram para adotar uma ampla testagem de suas populações combinada com quarentenas para os infectados, governos contribuem para aumentar a conta de mortos e os prejuízos econômicos causados pela Covid-19.”
E sobre a instabilidade política provocada por Bolsonaro, ele comenta: “Isso não é bom. Essa instabilidade atrasa a adoção de uma política clara no combate ao coronavírus. O quão crucial é ter isso? Isso é crítico. Todos os modelos epidemiológicos mostram que, quando você ataca o problema cedo, as consequências são menores. Uma vez que a infecção ganha velocidade, a matemática é brutal”.
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