A taxa de desemprego no Brasil foi de 12,7% de 2017, a maior da série histórica medida pelo IBGE, iniciada em 2012. Em 2016 tinha sido de 11,5%. Há no país 12,3 milhões de pessoas que não encontram trabalho.
Pequena melhora nos números, no final do ano passado, ocorreu por causa do aumento no número de pessoas que encontram trabalho sem carteira ou tentam ganhar alguma coisa por conta própria. Os últimos dados mostram  que há 11,1 milhões de trabalhadores sem carteira. Os por conta própria atingem 23,1 milhões.
A soma desses dois grandes grupos já supera os de carteira assinada: 33,3 milhões. As vagas sem carteira assinada caíram em 685 mil pessoas; os por contra própria aumentaram em 1,07 milhão e os sem carteira em 598 mil. Quem trabalha sem carteira assinada, apura o IBGE, recebe 40% menos do que os que trabalham com a carteira.


A derrubada nas vagas com carteira assinada tem reflexo direto na Previdência, que perdeu 1,1 milhão de contribuintes no ano passado.
O significado dessa numeralha é claro: a piora da situação para os trabalhadores do país. O que surge de opção para ganhar a vida está em trabalhos instáveis, mal remunerados, sem direitos, como mostra o quadro acima, publicado no “Valor”. Piora também a perspectiva futura, por conta do impacto negativo na aposentadoria, minada pela destruição dos bons empregos.
Em lugar de estraçalhar direitos da aposentadoria (e de imposição de planos privados), o caminho deveria ser adotar medidas de crescimento e geração de empregos –que resultaria em impulso também à Previdência.
Todo esse quadro é o resultado da política golpista de esmagar quem trabalha. Situação que deve ainda piorar com a implantação da dita reforma trabalhista, que derrubou direitos conquistados há 70 anos.
É o retrocesso medido em números, cuja consequência será o aumento do empobrecimento para os mais pobres e mais concentração de renda.
No Remelexo da Notícia de hoje (1/2) comentamos esses números e lembramos de um anúncio classificado que encontramos nos jornais do dia. Um apartamento de 742 m2 está a venda em São Paulo. Tem “cinco suntuosas suítes, automação total, várias salas, todos os banheiros em mármore, oito garagens demarcadas”. Custa 26,5 milhões de reais. “Não existe nada igual comparada a este apartamento”, diz o anúncio.
Micro retrato da concentração em curso.
Tratamos também do caso envolvendo o BTG Pactual e gestora de recursos Garde. Eles são acusados, de acordo com o “Valor”, de manipulação no mercado futuro de dólar. As empresas não quiseram se manifestar na reportagem.