Por AQUILES RIQUE REIS, vocalista do MPB4

Olivia Hime acaba de lançar Se Eu Te Eternizar (Selo Sesc), no qual canta 12 músicas
de seu companheiro de vida e música Francis Hime. São composições em parceria tanto
com ela própria quanto com Zélia Duncan, Thiago Amud, Chico Buarque, Paulo César
Pinheiro, Cacaso e Geraldinho Carneiro.
O álbum, produzido por Paulo Aragão, traz participações especiais de Zélia (ela
que escreveu belo texto pro encarte, além de breves comentários sobre cada uma das
músicas), Dori Caymmi, Sérgio Santos e do Quarteto Maogani – Carlos Chaves (violão
requinto), Diogo Sili e Marcos Alves (violão) e Paulo Aragão (violão de 8 cordas).
Francis, o diretor musical do disco, tocou piano e fez arranjos, verdadeiras
declarações de amor, e contou com instrumentistas capazes de entender as canções e
muito bem tocá-las, como Sammy Fuks (flautas), Igor Carvalho (clarinete), Cristiano
Alves (clarone e clarinete), Aquiles Moraes (flugel e trompete), Hugo Pilger (cello),
Kiko Freitas (bateria), Luciana Rabello (cavaquinho), João Camarero e Paulo Aragão
(violão), Jorge Helder (baixos elétrico e acústico), Marcus Thadeu (percussão), Cristina
Braga (harpa), Aloysio Fagerlande (fagote), Pedro Amorim (bandolim), Mauricio
Carrilho (violão de 7 cordas) e Gabriel Grossi (gaita), além das cordas da Orquestra de
Estúdio de São Petersburgo.
O álbum contou ainda com a competência dos técnicos do Estúdio Biscoito
Fino: Lucas Ariel (engenheiro de som), Pedro Mesquita, Jerônimo Orselli e Wallace
Araújo (assistentes de gravação), Gabriel Pinheiro (mixagem) e Luiz Tornaghi
(masterização).
Agora lhes digo que estou aqui ensimesmado a ouvir Olívia cantar. Daqui eu
escuto o ato de solidariedade à beleza de uma turma que se comove com a delicadeza.
Enquanto o menino Deus chora em meu ombro suas lágrimas gentis e douradas, prenhes
de amor à música… eu retribuo em soluços espasmódicos de afeição. Meus pés,
cansados do caminhar, dão asas aos sonhos que vivo enquanto ouço Olívia cantar. Com
os olhos abertos à música que brota de sua garganta, com a amorosidade exprimindo
sentidos inexplicáveis, admiro Olivia. Ao ouvi-la, desprego-me do chão que se abre e
aponta caminho. Como se saboreasse um pastel de Santa Clara, com o gosto recendendo
a vinho, eu ouço Olívia cantar. Vendo o mentecapto fechar os ouvidos para não ouvir a
voz de Olívia, sinto pena do tal (não do ex-presidente, claro, pois dele não sinto pena,
muito menos falta), pois mentecaptos nunca saberão o que perdem ao não se darem aos
cantares de Olívia. Vejo o erê se esbaldar a festejar desabridamente, como é de sua
natureza. E a voz de Olivia, em simetria com o meticuloso compasso, projeta no ar a
candura de cantar– o cantar de Olívia! Louvo a ti e a teu Se Eu Te Eternizar, Olivia.
Louvo também o Francis, que tem a ventura de respirar o mesmo ar que suspiras no
canto do teu aconchego.

Nossos protetores nunca desistem de nós.
“Meu Melhor Amigo” (Francis e Olivia):