“O presidente não tem a menor condição de continuar presidindo este país. Não tem mais condições. Ele partiu para a loucura total. Demonstra uma absoluta incapacidade para governar”. A avaliação é do jurista José Carlos Dias em entrevista ao TUTAMÉIA (acompanhe no vídeo acima e se inscreva no TUTAMÉIA TV).
Ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso e presidente da Comissão Arns, ele fala conosco minutos depois do pronunciamento de Jair Bolsonaro sobre a queda de Sérgio Moro. “É uma situação terrível. Foi um pronunciamento macabro, absolutamente desconjuntado, dizendo coisas que não têm nenhuma relação com Sérgio Moro. Falou da sogra, de cheque de 40 mil. Estava absolutamente desnorteado”, afirma Dias.
Para o advogado, esta sexta-feira, 24 de abril, foi um dia terrível: “O Brasil está na UTI, temos um número enorme de mortes, estamos sendo judiados com esse sofrimento. E temos esse problema do vírus que está no Planalto que se chama Jair Bolsonaro”.
Dias começa falando do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro. “Moro é uma pessoa que absolutamente não merece o nosso respeito. Não foi um juiz isento e imparcial; não exerceu sua profissão como juízes devem fazer”. Ele lembra, por exemplo, do fato de Moro ter divulgado a delação de Palocci dias antes da eleição de 2018, classificando o movimento como uma forma de tentar desequilibrar a disputa eleitoral.
“Ele aceitou ser ministro do Bolsonaro porque eles se valem em termos de caráter; eles se merecem”, declara. Dias ressalta que Moro fez acusações sérias a Bolsonaro, que caracterizam crime de responsabilidade, falsidade ideológica.
É o caso de impeachment, perguntamos a Dias, que foi um dos autores do processo contra Fernando Collor em 1992. “Impeachment é sempre um mal para a democracia. A comissão Arns tinha considerado que não era o caso. Mas as coisas estão caminhando para uma forma absolutamente insustentável. Nós precisamos salvar o Brasil, a verdade é essa. Vamos voltar a discutir. Não sei qual é o caminho. Estou absolutamente embasbacado com a situação nossa”.
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