“Falar do governo Bolsonaro é literalmente falar daquilo que ele gosta muito: morte. Falar do governo Bolsonaro é falar de desesperança, é falar de falta de perspectiva de vida. A gente precisa virar esse jogo. E a gente começa a virar esse jogo elegendo na cidade governos progressistas, para que a cidade de são Paulo volte a enxergar a classe trabalhadora, as mulheres, os índios, os negros, aqueles que precisam ser enxergados nas políticas públicas e no orçamento.”

É a reflexão da vereadora Juliana Cardoso, do PT, candidata à reeleição na Câmara de Vereadores na cidade de São Paulo, que fala ao TUTAMÉIA sobre sua campanha, seus planos e projetos. A entrevista faz parte de série em que conversamos com concorrentes à Câmara que conhecemos e cuja trajetória política temos acompanhado nos últimos anos. O projeto se chama “Cinco Perguntas para Cinco Candidatos”, e começou ouvindo o líder sindical Edson Carneio Índio. Vamos entrevistar ainda Antônio Donato, Carmen Silva e Eduardo Suplicy, todos candidatos pelo PT.

Única mulher na bancada do PT na Câmara, Juliana Cardoso busca seu quarto mandato: foi eleita pela primeira vez em 2008, quando tinha 28 anos. Desde lá, fez de seu mandato um instrumento de luta dos movimentos sociais, como define seu trabalho na vereança.

“Nosso mandato é um coletivo de luta popular, vinculado às lutas dos movimentos sociais e sindicais, territorial, é um mandato instrumento das lutas populares, da busca de políticas públicas”, diz ela (cline no vídeo acima para ver a entrevista completa e se inscreva no TUTAMÉIA TV).

Ela segue: “Para nós, ser vereador é estar junto com o povo, ver a dor do povo, encaminhar as lutas nas comunidades. Tenho muito orgulho de ser vereadora e de ter construído um mandato muito combativo, principalmente na luta pela democracia. A busca pela democracia é uma luta que a gente tem de agarrar. Agarrar, consolidar e, principalmente, usar na defesa da vida, na defesa do povo.”

E continua: “Nós somos um mandato muito combativo, de luta mesmo, de fazer o debate quanto o MBL vem falar que as cotas raciais não podem existir, de subir em cima de viatura quando a Guarda Civil não me respeita enquanto vereadora mulher e prende um companheiro advogado de forma ilegal, de protestar quando a prefeitura usa a GCM para jogar água em moradores de rua e tirar a documentação deles, de denunciar que eles são irresponsáveis quando batem em ambulantes e tiram todas as mercadorias deles. Nós estamos do lado da democracia, que é o lado da população de periferia. Eu entendo que a gente precisa uma saúde pública, educação pública, transporte público de qualidade para a nossa classe trabalhadora.

Para isso, conta, ela está sempre na rua, visitando as periferias –hoje locais de disseminação do covid por causa da carência de políticas públicas e do comportamento dos próprios moradores, enganados pelos discursos de “normalidade” e “gripezinha”, conforme diz a vereadora, alertando para a necessidade de que todos se protejam:

“Neste momento que estamos vivendo, as pessoas da periferia não estão mais usando máscara. Eles acham que já passou a covid, eles ficam aglomerados, e eu fico bastante preocupada, porque pode sim, se a gente não cuidar, vir uma segunda onda de contaminação por conta de tudo que está aberto, e as pessoas não estão se cuidado.”

Além disso, denuncia ela, o governo Bolsonaro retirou da saúde recursos que poderiam estar sendo usados para proteger a população. Tudo fica pior sob governos autoritários, nas várias instâncias, o que exige também respostas firmes, diz Juliana Cardoso: “Estamos brigando todo o dia pela democracia. Às vezes elevar o tom é necessário para não perdermos nossos direitos”.