“Tirar a floresta para colocar uma ou duas cabeças de gado por hectare é coisa de uma estupidez e de uma ignorância tão grandes que justifica quando se diz que a barbárie vem aí. É um domínio da ignorância em função de um lucro rápido: desmatar, colocar o boi e tirar aqueles 200 reais 300 reais um boi. É espantoso! Se esse é o futuro que nos reservam, vão se dar mal. Serão corridos pela própria história, que é às vezes lenta, mas implacável”.
Palavras de Ennio Candotti, 76, diretor do Museu da Amazônia, em entrevista ao TUTAMÉIA (acompanhe no vídeo acima). Ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, ele fala da enorme riqueza da região. Cita o caso da bergenina, uma molécula especial existente na casa de uma árvore, que vale 100 dólares a miligrama.
“A Amazônia está sendo ameaçada pela ignorância, pela nossa dificuldade em contar para todos o valor da botânica, das arvores, os insetos, das toxinas, dos venenos, o valor de uma planta que sabe reconhecer o seu invasor e prepara uma molécula ou um produto que possa lhe permitir combate-lo –e ainda comunicar essa solução a uma vizinha. São questões que estão sendo esclarecidas. Há timidez dos cientistas em contar que essas plantas são seres fantásticos e não sabemos a linguagem com que se comunicam”, diz. E segue:
“ O valor da floresta não é reconhecido. Pouco se sabe sobre o fato de que uma árvore regenera seus galhos. Árvores são livros que devemos aprender a ler. A Amazônia é a grande biblioteca da nação. Devemos aprender a ler. E está sendo queimada. Como as bibliotecas famosas foram queimadas no passado, pode acontecer [de ser queimada], pela ignorância de tiranos passageiros que são lembrados hoje pela destruição que fizeram”, diz.
Para Candotti, as ameaças do capitão eleito provocam resistência. “Que venham ameaçar a floresta! Aí vamos contar com as árvores em movimento como naquela história do Tolkien em que as próprias árvore se movem e participam da resistência. Isso passará das páginas de um grande escritor para a realidade. As árvores vão se mover mesmo estando paradas. Vamos ver quem vai mais longe”.
NÃO É O CAPITÃO; SÃO OS INTERESES EXTERNOS
Candotti diz não acreditar em “vocações autoritárias” para o país. Para ele, a vitória do capitão precisa ser entendida nos seus bastidores. “É alguma coisa que tem por trás disso, interesses, articulações muito mais profundas, que têm razões internacionais. Questões como os BRICS. Essa articulação é um fato político de primeira grandeza que justifica intervenções semelhantes àquelas de justificaram a intervenção norte-americana no golpe no Brasil em 1964. Razões internacionais há de sobra. O petróleo, o pré-sal e a Embraer são hoje determinantes no tabuleiro político internacional. Há grandes interesses em preservar os imensos lucros do capital financeiro. Os bancos ganharam mais do que todo o orçamento de educação do país. Não é o capitão. São interesses de grande porte internacional. Vamos cobrar, vamos resistir”, declara ao TUTAMÉIA.
Para o físico, o que aconteceu na eleição “foi uma vacinação”: “Os que votaram no capitão começarão a criar anticorpos ao ver o que vai acontecer”. E segue:
“Quando se começar a ver o sangue correr –no sentido do sangue das veias da nação, espero que não seja o dos militantes–, as pessoas aos poucos se darão conta de que aquilo que tinha sido conquistado com a democracia poderá vir a ser perdido. Não acredito que esteja perdido, que passem. Venham para a universidade! Vamos ver quem vai conseguir continuar a defender uma universidade livre e capaz de pensar!”
BARRICADAS EM CONSTRUÇÃO
Perguntamos a Candotti se ele achava que o capitão seria uma ameaça à Constituição. “A Constituição é uma ameaça a ele. Ele sabe que todos estão atentos às pequenas impropriedades que ele vier a cometer contra a Constituição”.
Candotti fala do futuro da ciência, rememora a luta contra a ditadura e relata intimidações que sofreu, por parte de fiscais do TRE, na semana passada, quando participava de debate sobre democracia na UFAM. Aos que tentaram dispersar a assembleia promovida pelos estudantes apresentou um simples argumento: sem democracia, eles não teriam nem trabalho, pois não haveria eleições. Acabaram indo embora.
“Não precisamos temer. Sabemos sobreviver a pão e água muito mais do que os nossos adversários –que, espero, não virem nossos inimigos. Mas, se forem inimigos, saberemos construir nossas barricadas. Teremos anos em que os jovens poderão saborear o gosto da resistência, afirma. E conclama:
“Permaneçam alertas e permaneçam mobilizados. Não desarmem aquelas barraquinhas que foram montadas com tanta inventividade nessas últimas semanas, onde se convidava indecisos para discutir política. Precisamos explicar a todos o por quê da nossa enorme desconfiança em relação às políticas propostas pelo capitão”.
MAIS QUATRO ANOS DE CRISE:Bolsonaro vai assustar com a cadeira de presidente,mesmo porque êle nao sabe governar e depende dos militares e seus filhos que por sinal,nada teem na cabeça,só falam asneira como o pai,o brasileiro vai ter que acostumar conviver com umpaís em crise constante , esta é a tônica do próximo mandato.QUE DEUS TENHA PENA DE NÓS.
CHUPA QUEIROZ:Somente um cidadão desprezivel teria capacidade de contar uma balela dessas,para o povo que convive com falcatrua dioturnamente e tem certeza que os bolsonaros,não são santos e nem estão em vista de canonização.É muita ingenuidade ou burrice mesmo,mesmo porque a elite brasileira não só precisa de laranjas,mas um pomar inreiro:açai,goiaba,abacaxi,e tudo que tem direito para demonstar sua falta de sensib ilidade no trato com o sêr humano,isto os Bolsonaro não tem.vamos aguardar os proximos capitulos.
CAPITALISMO E CORRUPÇÂO SELVAGEM:A tragédia de brumadinho não será a ultima,se os orgãos competentes não tomarem uma providencia;quanto a fiscalização das Empresas de grande porte.Principalmente as estrangeiras,que só visam lucro,e pouco importam com a vida humana.Somente no brasil ocorre êste tipo de desastre,movido pela ganãncia do capital e a corrupção desemfreada,com instalações à baixo custo,mesmo sabendo que irá ceifar vidas humanas,pouco importa o capital acima de tudo.QUE DEUS NOS PROTEJA.
TIRO NO PÉ:BOLSONARO deu mais um tiro no pé;somente uma pessoa vazia de sentimentos,se alia a TRUMP,para um a empreitada tão víl e mesquinha;ou seja destrir a soberania de um país.Os generais estão numa sinuca de bico,se ficar o bicho pega,se correr o bicho come.Não acredito que as fõrças armadas concordam com tamanha sandice. Que Deus nos Proteja.
UM GOVERNO CÍNICO: Tudo que estamos assistindo no governo do clâ b olsonaro,é reflexo da insensatez dos brasileiros que o elegeram.Quando aceita m candidato com caracteristicas de preconceito,misoginia,racismo,e tudo que o capitão representa.Não bastasse ainda não tem a mínima noção do que seja governar ma nação com nuançes como o brasil.O país não pode sêr governado por miliciano.é uma afronta ao povo brasileiro.