Estudantes da faculdade Cásper Líbero, a mais antiga academia de jornalismo do Brasil, estão participando ativamente da campanha eleitoral, não apenas denunciando a candidatura de considera autoritária e antiestudantes, de Bolsonaro, como também apoiando e pedindo votos para Fernando Haddad.
É o que a copresidente do Centro Acadêmico Vladimir Herzog, Thaís Chaves, contou ao TUTAMÉIA (veja a íntegra da entrevista no vídeo no alto desta página).
“Por sua importância, tanto em respeito a Herzog quanto pela própria história do Centro Acadêmico, não poderia ser de outra forma, diz ela.
Neste ano, o CA Vladimir Herzog, criado em plena ditadura militar depois de a representação estudantil ter sido calada na faculdade, completou quarenta anos. As comemorações foram em forma de palestras e encontros que recuperaram a história de lutas da entidade e apontaram caminhos para a continuação de campanhas em defesa do ensino, dos estudantes e da democracia.
No período eleitoral, ainda antes do primeiro turno das eleições presidenciais, o CA realizou uma pesquisa entre o conjunto de alunos da faculdade. Ganhou o apoio a Ciro, seguido por Haddad e Marina Silva.
“Naquele momento, o CA não estava se posicionando em favor de nenhum dos candidatos, mas já deixava claro que estava no campo progressista e que ELE NÃO!”, diz Chaves.
Quando ficaram definidas as candidaturas que ia para o segundo, porém, não houve qualquer dúvida entre os estudantes, muito menos na direção da entidade, sobre qual deveria ser o rumo a tomar.
“No momento em que o Ciro não passou, todos viraram, decidindo: Nós somos Haddad, nós estamos no campo democrático, estamos no campo progressista das ideias, e foi assim que surgiu a ideia de montagem do COMITÊ CÁSPER É HADDAD. Foi uma forma de juntar essas mentes progressistas dentro da faculdade e conversar, discutir como nós vamos nos organizar agora neste segundo turno, como a gente vai dialogar com as pessoas”, diz a líder estudantil.
Não é só conversar. Eles se deram a missão de conquistar votos para Haddad. Fazem panfletagem duas vezes por dia na avenida Paulista, onde funciona a faculdade.
São algumas dezenas de participantes, que se dividem para fazer campanha depois do turno da manhã e antes do início das aulas da noite. Chegam até a haver um saudável desafio entre eles, cada um querendo ser o campeão da conquista de votos. Em constante comunicação, um anima o outro na campanha, como diz Thaís Chaves na entrevista:
“Está surtindo efeito. É possível. Estamos virando votos. A pergunta que nós nos fazemos: quantos votos você virou hoje?”
Com espírito alto astral, conclui:
“Hoje acordei extremamente esperançosa ouvindo os relatos dos colegas nas panfletagens, que estão conseguindo virar voto. E acho que dá para virar. Se todo mundo fizer sua parte, dá certo. Ainda há tempo.”
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