“O país vive um desmantelamento da ordem constitucional. Estamos hoje, em termos institucionais, na selva. Bolsonaro não é meramente um boquirroto. Cada besteira que ele diz tem reflexos. Bolsonaro está cada vez mais inviável”. A avaliação é do jornalista Luís Nassif em entrevista ao TUTAMÉIA (confira no vídeo acima).

Nassif faz um histórico da crise deflagrada com o golpe de 2016. Fala da instrumentalização da Justiça, da Lava Jato, da mídia. “1964 está para 1968 assim como 2016 está para 2019”, diz.

O jornalista analisa o desmonte do país, as ligações da Lava Jato com os EUA e a destruição das empresas nacionais. “Eles venderam o país”, declara.

Nassif condena as ações para golpear a Petrobras e da Eletrobras e o plano de acabar com a previdência pública. “São de baixíssimo nível. Estão destruindo e não sabem o que colocar no lugar, ao contrário do fez o Roberto Campos. A falta de visão de pais é muito grande. Pensam nos negócios que podem surgir agora. Se tiver desorganização social, ampliação da fome, violência, não tem problema: os mais simples mudam para Miami, os mais sofisticados para Suíça”, afirma.

Para Nassif, “vai ter que ter uma conciliação lá na frente envolvendo as forças democráticas, direita, centro, centro esquerda. O mercado vai ter que entender que tem um valor maior, que é a democracia, as regras democráticas, o Brasil. E do lado das esquerdas, especialmente o PT, tem que cair a ficha de que não pode manter esse protagonismo isolado. Se não houver essa reconstituição do centro democrático, forças tenderão a se articular em torno do general Mourão. Mourão está sendo recebido como tábua de salvação”.

O jornalista alerta para a necessidade de união das forças democráticas para fazer frente ao “perigo do fundamentalismo religioso, das organizações criminosas que estão crescendo. O PCC está ligado ao fundamentalismo religioso. Tem um risco de o país virar o México”.