“Lembrei que o Porto de Rio Grande chegou a ter 24 mil trabalhadores, antes que o governo ilegítimo de Temer, com apoio dos tucanos, destruísse a indústria naval brasileira. Hoje, o Brasil está sendo desmontado e vendido a preço de banana, e o Rio Grande do Sul não consegue sequer honrar a folha de pagamento dos servidores”.
Esse é um trecho da carta que o presidente Lula mandou ao povo gaúcho e foi lida na manhã desta quarta-feira, 29.8, na rádio Guaíba. Endereçada aos ouvintes da emissora e aos radialista Taline e Juremir, a quem Lula deu entrevista alguns meses atrás, a carta diz o seguinte, na íntegra:
“Cara Taline, caro Juremir.
Queridos e queridas ouvintes da Rádio Guaíba.
No final de março deste ano, visitei o Rio Grande do Sul, estado que durante meu governo recebeu mais investimentos, teve mais desenvolvimento e gerou mais empregos do que nunca antes na história desse estado. Poucos dias depois, eu seria preso sem nenhuma prova de qualquer crime cometido.
Na verdade, meus adversários fizeram de mim um preso político por dois crimes que cometi. O primeiro crime foi governar para todos, cuidando com especial carinho dos mais necessitados, combinando crescimento econômico com justiça social. Meu segundo crime, decorrente do primeiro, foi ser o favorito do povo brasileiro para vencer a eleição de 7 de outubro.
Na ocasião da visita ao estado, eu e minha caravana fomos tratados com muito carinho pelo povo trabalhador gaúcho. Mas fomos também recebidos a pedradas e chicotadas por alguns representantes da elite que durante 500 anos se julgou dona deste país e que não por coincidência tratou o povo brasileiro a chicotadas.
Importante lembrar que tal ato de violência foi elogiado por uma senadora gaúcha, hoje candidata a vice-presidente na chapa tucana. Aliás, quando logo depois o ônibus em que eu viajava foi atingido a tiros no Paraná, o candidato do PSDB a presidente da República justificou o ato terrorista dizendo: “O PT colhe o que planta”. Este é o retrato fiel da elite brasileira.
Quando estive aí, fiz questão de visitar São Borja (foto no alto, Rodolfo Lucena), cidade onde nasceram Getúlio Vargas e João Goulart e onde também está o túmulo do Leonel Brizola, três gaúchos que, cada a um a seu tempo e a sua maneira, lutaram pelo povo trabalhador brasileiro, pagando caro por isso.
Getúlio foi levado ao suicídio. Jango foi deposto pelo golpe civil e militar de 1964 e obrigado a deixar o Brasil. Brizola sofreu uma perseguição implacável da Globo, perseguição que só seria superada pela sórdida campanha que essa empresa moveu e move contra mim, a presidenta Dilma e o Partidos dos Trabalhadores. A Globo chegou ao cúmulo de censurar a minha campanha a presidente, achando que com isso ela vai fazer o povo se esquecer de mim. A verdade é que o povo tem memória e não se esquece de quem mais lutou pelos seus direitos e pela sua dignidade.
Naquela última entrevista que dei a vocês, Taline e Juremir, lembrei o que fizemos pelo Rio Grande do Sul durante os nossos governos, que foi cuidar dos mais pobres, da educação, da infraestrutura. Foi desenvolver a indústria, fazer a economia crescer e gerar milhares de empregos.
Lembrei que o Porto de Rio Grande chegou a ter 24 mil trabalhadores, antes que o governo ilegítimo de Temer, com apoio dos tucanos, destruísse a indústria naval brasileira. Hoje, o Brasil está sendo desmontado e vendido a preço de banana, e o Rio Grande do Sul não consegue sequer honrar a folha de pagamento dos servidores.
É por causa disso que sou candidato a presidente da República, tendo como vice o Fernando Haddad, o melhor prefeito e o melhor ministro da Educação que este país já teve. É por causa disso que o Miguel Rossetto é candidato ao governo e o Paulo Paim disputa um novo mandato de senador. É porque acreditamos que o Brasil e o Rio Grande do Sul merecem ser felizes de novo. E serão.
Um grande abraço para todo o povo gaúcho”
Luiz Inácio Lula da Silva, candidato a presidente do Brasil.
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