A “violência” criativa precisa ser retomada. Os tempos que correm são de briga e de reafirmação do Brasil. “Todo mundo tem que chutar a porta, senão a porta não abre”, pede o músico Rodolfo Stroeter, em entrevista ao TUTAMÉIA.
Contrabaixista, produtor cultural, ele avalia que vivemos atualmente “uma certa indigência cultural”. “Nós ainda temos que nos afirmar como nação. A gente ainda não é uma nação cidadã. Enquanto houver toda essa desigualdade social e cultural, a gente não vai andar o quanto deveria. O Brasil precisa cantar mais o Brasil”.
A preocupação com a brasilidade está na raiz do trabalho cultural de Stroeter, 59, admirador desde cedo das obras de Oswald e Mario de Andrade. No final dos anos 1970, após um mergulho na antropofagia, ele criou o grupo Pau Brasil, que percorre o mundo levando a música brasileira.
Nas frequentes viagens ao exterior, Stroeter percebe a grandeza do país e as qualidades únicas de sua mestiçagem. Inspirado por essa misturança, o grupo discute agora mais um trabalho encharcado de Brasil e de cultura popular.
Nesta entrevista, o músico fala de política, de cultura, da prática contínua do contrabaixo e de sua rotina de exercícios físicos.
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