Por AQUILES RIQUE REIS, vocalista do MPB4
Saudações musicais a você, querida leitora e a você, querido leitor, que por vezes dão uma passada de olhos em minha coluna. Olha só, pessoal, eu estou aqui com o EP Avante (independente), lançado pelo cantor e compositor Luã Yvys.
Pois bem, este jovem que hoje lhes apresento tem a verve de um músico antenado com a musicalidade que tem nos compositores brasileiros uma fonte de inesgotável pluralidade de gêneros. Um cara com uma sabedoria latente, expressa em versos que trazem à tona o seu sentimento de cidadão ligado no seu dia a dia e no de sua gente.
Voltadas para o universo pop, seja lá qual for o gênero de composição, harmonia ou melodia que venha a compor, Luã demonstra em suas músicas a saudável convicção de estar no rumo certo que pretende para sua carreira.
Há muito chão a ser percorrido nessa jornada? Sim, certamente! Mas não há dúvida de que, se os primeiros caminhares forem preenchidos com sinais de vital e sutil sabedoria, o chão lhe será favorável para, um pouquinho mais à frente, colher fruta boa com o ofício que abraçou.
Das seis faixas do EP, todas autorais, as duas primeiras já foram lançadas em singles desbravadores em busca de sinais verdes a seus conteúdos: “Vivaz”* e “Por Onde Anda”.
A primeira, embalada por versos como Vida bandida, vida insana/ Quem vai pagar pra ver/ Vida maravilhosa vida/ Pra quem só quer viver/ Vida fugaz/ Te faz sofrer/ Vida vivaz/ Te faz crescer (…), tem o frescor de um pop contagiante, envolto em arranjo simples, mas muito eficiente. O violão encara o início. A seguir, guitarras, teclado e sintetizadores, todos pelas mãos de Luã, encaminham a música. A sensação que tenho é que, tanto neste quanto nos outros arranjos, ele é pragmático e sabe bem o que quer, indo à realização sem mimimi nem enfeites: o papo é reto. Se assim for, é saudável que assim seja.
Pelos dedos de Luã, violão, guitarras, teclados e sinths, somados a violões (Marcos Arcanjo), sanfona (Rafael Meninão), baixo (Fofão) e batera, zabumba e triângulo (André Assis), o baião explode pela voz do cantor, em “No Rumo da Venta”**. É como diz o release: “A sanfona dá o tom pé de serra, junto à zabumba e triangulo, sem perder a modernidade, com guitarras, teclados e sintetizadores”.
A tampa fecha com “Ritmo Bom”. Um bom arranjo para outro ritmo nordestino que conta novamente com voz, violão, guitarras, teclados e synths de Luã, com o baixo de Fofão e a batera de André Assis. Vixe, que o bagulho é doido! O couro come!
Perdoem-me a indiscrição, mas a mamãe Elba Ramalho – sim, Luã é seu filho, bem como do cantor e ator Mauricio Mattar – bem poderia estar ao lado de Luã Yvys nessas duas músicas que fecham o disco
Com o talento que esse cara tem, não é preciso que se desenhe para entendê-lo, basta ouvi-lo.
Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4
Ficha técnica:
gravação/mixagem: Pedro Richaid (Faucom)
masterização: Nando Costa
produção geral, arranjos e composições: Luã Yvys
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