Organização que reúne judeus e judias progressistas, a J-AMLAT lançou documento em que denuncia: “Membros da Polícia, Ministério Público e Justiça Federais têm colocado em risco as instituições democráticas por promoverem investigações sem a isenção que se espera do sistema de Justiça Penal. Além do uso de ilações e suposições no lugar de evidências, fazem uso da exposição midiática como forma de manipular a opinião pública e angariar apoio”.
A seguir, a íntegra da nota distribuída pela entidade:
“A J-AMLAT, organização internacional de judias e judeus progressistas comprometida com a garantia da democracia, do respeito aos Direitos Humanos e do exercício da cidadania na América Latina e em Israel, vem a público expressar sua preocupação com a suspensão de garantias processuais e do devido processo legal praticadas por instituições judiciais brasileiras.
No âmbito de operações que pretendem combater a corrupção, procedimentos e garantias processuais, a produção de evidências e a imputação de fatos criminais têm sido subordinados às convicções pessoais dos acusadores. Essa forma de construir processos acusatórios sem provas e sem a observância do devido processo legal cria precedentes perigosos para o exercício de cidadania, pois sujeita todos os cidadãos ao arbítrio e convicções pessoais dos julgadores.
Membros da Polícia, Ministério Público e Justiça Federais têm colocado em risco as instituições democráticas por promoverem investigações sem a isenção que se espera do sistema de Justiça Penal. Além do uso de ilações e suposições no lugar de evidências, fazem uso da exposição midiática como forma de manipular a opinião pública e angariar apoio. Agentes não eleitos de cumprimento da lei têm se utilizado do vazamento de declarações e provas circunstanciais para a imprensa, buscando na opinião pública a legitimidade que não consegue extrair do procedimento legal.
Também nos preocupa a seletividade com que procuradores e juízes vêm conclamando o público a sentenciar políticos e a celeridade do exame que o Judiciário vem fazendo desses casos às vésperas do processo eleitoral de 2018, em ritmo jamais dispensado aos milhares de réus que, presos, aguardam julgamento. Esses procedimentos trazem a infeliz memória do justiçamento político de opositores a que o país, infelizmente, assistiu durante inúmeras circunstâncias. Milhares de mulheres e homens foram presos, torturados e assassinados na América Latina, por vezes com o assente explícito de instituições judiciárias.
É evidente que queremos um combate à corrupção que permita a todas as instituições políticas brasileiras funcionarem plenamente na promoção da cidadania com igualdade, isto é, sem desvios e privilégios. Entretanto, a competência das autoridades judiciais com relação aos poderes políticos democraticamente eleitos limita-se à vigilância sobre o cumprimento da Constituição, da lei e dos princípios norteadores da administração pública. Não cabe a elas utilizar o direito para fazer política, e ainda mais, a sua política pessoal.
Esse padrão de atuação coloca em risco o funcionamento de instituições democráticas que, embora imperfeitas, são a conquista de um acordo nacional após um longo período de violência sistemática do Estado. O Judiciário deve ser a garantia de punição contra essa violência, assim como contra ilegalidades por agentes de Estado no exercício de suas funções, desde que comprovadas em processos com respeito às garantias dos acusados. Jamais pode ser um agente político a serviço de interesses particulares. Frustrações e diferenças resolvem-se por meio do juízo popular em eleições livres.
É por essa razão que J-AMLAT Brasil, preocupada com as condições de livre expressão democrática e da cidadania, repudia os abusos praticados no âmbito de operações como a Lava-Jato que, replicando um padrão punitivista já verificado contra populações periféricas privadas de um satisfatório acesso à Justiça, agora coloca também em risco o funcionamento das instituições democráticas. J-AMLAT conclama, assim, as instituições do sistema de Justiça Penal a observarem o devido processo legal e facultarem a todos os acusados as garantias processuais.”
LAVA JATO : Moro e suas convicções tem destruido as instituições democraticas do país,com seu discurso midiático e pouco tolerante,demonstrando total despreparo para lidar com assuntos de tamanha importãncia,ou seja,a preservação das instituições,que já estão totalmente desacreditadas.Ademais é bom citar que a lava jato,tem paralizado o país em detrimento de uma minoria elitizada e retrogada.Temos que tomarmos atitude urgente,pois as eleições estão chegando e esta divisão só p iora o quadro que já não e bom.salve-se quem puder.